Emblema minhoto vai recorrer da decisão do Conselho de Disciplina.
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O Vitória de Guimarães informou esta terça-feira que irá "impugnar a decisão [n.d.r.: do Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol] junto do Tribunal Arbitral do Desporto" em relação ao caso Marega.
O emblema minhoto, escreve em comunicado no site oficial, recorrerá da decisão "por não concordar com os seus fundamentos e, bem assim, com o seu sentido".
Se o Vitória não tivesse anunciado a decisão de recorrer, poderia cumprir os dois primeiros dos três jogos à porta fechada ainda na presente época, mesmo com a proibição de público nas bancadas para todos os jogos, frente ao Famalicão, em 12 de maio, para a 32.ª jornada, e ao Benfica, na última ronda, previsto para o dia 19.
De recordar que o CD da FPF puniu esta terça-feira o V. Guimarães com três jogos à porta fechada e ainda uma multa de multa de 53.550 euros. Em causa o comportamento do público no encontro com o FC Porto, realizado no dia 16 de fevereiro de 2020, no Minho, no qual o avançado maliano foi alvo de insultos racistas.
Mais de um ano depois, a conclusão de um dos mais mediáticos casos do futebol português, ainda correspondente à época anterior. Entretanto, o JOGO apurou que o processo disciplinar levantado pelo órgão federativo fora enviado no dia 18 de fevereiro de 2020 para a Comissão de Instrutores, tendo a instrução do mesmo terminado apenas a 26 de março de 2021.
Já em outubro do ano passado, o clube minhoto tinha sido punido com três jogos à porta fechada pela Autoridade para a Prevenção e Combate à Violência no Desporto (APCVD), na sequência de um processo levantado por este organismo do Estado.
Recordando o caso: por volta dos 70 minutos do jogo da temporada passada, pouco depois de ter marcado o golo da vitória azul e branca, Marega, que já alinhou nos vimaranenses, pediu para ser substituído e acabou mesmo por abandonar o relvado, agastado com cânticos de natureza racista que lhe estavam a ser dirigidos por adeptos do V. Guimarães, com sons a imitar macacos.
O caso também originou uma investigação da Polícia de Segurança Pública (PSP) às câmaras da videovigilância do estádio vimaranense, com a colaboração do Vitória, de forma a serem identificados os eventuais autores dos insultos racistas e um processo-crime do Ministério Público (MP) "por atos de discriminação racial".