Treinador criticou o calendário do futebol português e apontou Inglaterra como bom exemplo.
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Carlos Carvalhal sugeriu uma reflexão sobre o calendário do futebol português, socorrendo-se de alguns exemplos da sua vivência em Inglaterra.
O treinador do Rio Ave lembrou que veio de um país em que se joga "à terça-feira e ao sábado, consecutivamente", reconhecendo que teve de se adaptar "a um ritmo diferente" em Portugal.
"Temos muito treino e muita preparação para um jogo só. Com um jogo por semana, temos pouca produtividade e muito rescaldo, quer dos treinadores quer da comunicação social", sublinhou o técnico.
Carvalhal diz que lhe "causa muita estranheza" ter um calendário completamente relaxado e "de repente jogar três vezes em oito dias". "Vai acontecer o mesmo quando jogarmos com o Benfica, já que três dias antes defrontamos o Moreirense", sublinhou o treinador, sugerindo que o período de Natal seja tido em conta no calendário.
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"Estamos mal habituados. Somos profissionais bem pagos para promover espetáculos e para entreter as pessoas, dando-lhes um momento de catarse para que possam expelir os problemas que têm na sociedade. No mês de dezembro, quando é pago o 13.º mês e as pessoas têm mais dinheiro, altura em que muitos emigrantes regressam a casa e em que se podia fazer do futebol uma festa, fechamos a loja. Trabalhei sempre no dia de Natal nos últimos anos. Há bombeiros a trabalhar, polícias e cada vez mais restaurantes abrem nesse dia. Somos um país católico e temos de respeitar a Igreja, mas temos também de perceber que isto é um negócio e temos de trabalhar quando há mais dinheiro", disse Carvalhal, defendendo que as equipas que estão nas competições europeias "devem ser protegidas", mas, insistiu, "não faz sentido um calendário" com várias semanas sem competição.