Carlos Carvalhal, treinador do Braga, fez esta quinta-feira a antevisão à receção ao Estoril, agendada para as 20h15 de amanhã e referente à 13.ª ronda da I Liga
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Três jogos a vencer sem sofrer golos o que significa? "Isto significa trabalho, muito empenho. Têm tido atitude fantástica no dia-a-dia, equipa a evoluir e melhorar. Disse que não está tudo perfeito, cometemos erros, coisas a melhorar. Foco em melhorar o que pensamos ser a margem de progressão muito grande. Esse é o nosso foco. Falando do Estoril, o foco esteve na melhoria de situações do nosso jogo e na componente estratégica perante equipa que mudou o sistema, equipa que se reencontrou. Jogadores confortáveis, fizeram jogo excelente com o Famalicão. Estamos à espera de dificuldades, mas o Estoril vai encontrar um Braga moralizado, a jogar em casa. Agradeço aos adeptos pela forma efusiva como ajudaram a equipa na Vila das Aves. Com massa associativa a apoiá-la, esta equipa pode conseguir mais uma vitória."
Esquema tático mudou algo na consistência defensiva? "Se olharmos para a equipa que tem jogado os últimos jogos, vemos um lateral a jogar a central, dois alas/laterais que são extremos de raiz, três avançados no campo, um médio de contenção e outro que quebra linhas como o João Moutinho. Não sofrer golos significa que a equipa está a obter equilíbrio. Temos jogadores marcadamente ofensivos. Equipa ofensiva que cria muitas oportunidades, ainda temos de melhorar a eficácia, defensivamente a equipa está equilibrada. Acima de tudo, significa trabalho e ainda resta margem de evolução."
Que jogo espera? "Jogo difícil, equipa mudou o sistema e encontrou-se verdadeiramente. Conseguiu vencer e convincentemente. Isso espelha que tem capacidade para disputar os três pontos, melhorou significativamente a qualidade de jogo, bons jogadores, um treinador que organiza bem a equipa. Temos um Braga em crescendo, que tem vindo a melhorar todos os processos. Que melhore ainda muitos aspetos e, conjuntamente, com a massa associativa, consiga somar mais uma vitória."
Calendário vai apertar, que visão do mercado de Inverno, até porque não deve ter alternativas a Roger e Gabri Martínez neste modelo? "No último jogo jogou o Gharbi na esquerda, o Bruma pode, temos laterais-ofensivos. Não temos outros com vocação de 'carrileros' mas temos outras opções que nos agradam. Focados nos nossos jogadores, fazê-los crescer, o crescimento coletivo acarreta crescimento individual. A imagem de um jogador pode mudar em duas ou três semanas.. Em janeiro teremos tempo para fazer um ou outro reajustamento, estamos de acordo, estamos alinhados para fazer algo pontual. Mas, para já, foco está em janeiro."
Paulo Oliveira e Zalazar deixaram mesmo de ser problemas e já podem jogar? "Estão considerados aptos, não temos ninguém no departamento médico, foram muitas semanas, foi encontrado agora equilíbrio entre o trabalho e a competição. Mais dores de cabeça para fazer a convocatória. É fantástico. O onze base é o que tem jogado, repetimos o onze nos últimos três jogos. Sofremos muito com o calendário, basta ver as declarações do presidente do Galatasaray, indignado pela sequência de jogos, depois deste empate a 2-2. Em 72 horas uma equipa não está preparada para jogar, pode vencer mas não está recuperada. Falo em cima de vitória para não parecer desculpa. Também estive atento, isto não pode ser tabu. E, felizmente, no próximo ciclo não temos qualquer jogo a 72 horas, temos a 96, isso dá condições mínimas para enfrentar os jogos, evitar riscos de lesões, sem transgressões nas evoluções, esperando que a equipa encare todos os jogos com força. Todos são titulares, é uma questão de oportunidade. Sobretudo, quando as coisas estão a correr bem, como agora."
A gestão emocional dos atletas está consumada? "A grandeza do Braga faz esse trabalho. Vieram muitos jogadores de campeonatos diferentes, que jogavam uma vez por semana, que se perdessem não era drama. De repente, estamos a falar de vários jogadores que entram num contexto de exigência máxima. Por vezes a consciencialização disso passa por um mau resultado, por um drama nos adeptos, sentir que os colegas que estão cá há mais tempo, estão de rastos por perder um jogo. A normalidade passou a ser outra para eles. Foram vários. O mesmo acontece com os erros. Um erro numa equipa que desce de 12º para 14º não é relevante. Uma expulsão que muda um jogo aqui, o jogador sente o mundo a cair em cima. Isto levou a que o crescimento dos jogadores acelerasse, perante outra consciência. A exigência do ganhar é diferente, educa-se. Estamos no bom caminho. Não estamos a falar de barriga cheia, estamos no bom caminho com os jogadores a crescerem individualmente."