O treinador do Braga aposta em fazer evoluir a equipa e, depois de uma época inteira a jogar em 3x4x3, agora socorre-se de um sistema alternativo. Aproveitar Lucas Mineiro e Chiquinho também pesa
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O jogo com o Tondela, na última jornada, significou para o Braga bem mais do que o simples regresso aos triunfos e consequente esvaziamento da pressão após uma sequência de maus resultados.
Além do mais utilizado 3x4x3, Carlos Carvalhal também trabalha agora o 4x2x3x1, de maneira a oferecer mais ferramentas à equipa e a escapar à previsibilidade de movimentos
É que Carlos Carvalhal fugiu ao já tradicional esquema tático 3x4x3 e organizou a equipa em 4x2x3x1, uma novidade desde que assumiu o banco minhoto, dando o pontapé de saída para aquilo que pretende ser uma nova etapa no clube. Ainda que o treinador arsenalista não goste de utilizar o conceito de sistemas, mas sim de dinâmicas, o objetivo é ter dois modelos táticos disponíveis para a equipa e escolher em função dos adversários e do próprio momento, tanto ao nível coletivo como individual.
Depois de uma época inteira a utilizar quase em exclusivo o 3x4x3, descontando algumas variações com o decorrer dos jogos, Carlos Carvalhal detetou que o conjunto arsenalista estava cada vez mais previsível aos olhos dos adversários e apontou também a necessidade de fazer evoluir a equipa, dotando-a de outras ferramentas ao nível da construção de jogo e da eficácia defensiva. O facto de o treinador ter outros intérpretes, como Lucas Mineiro e Chiquinho, por exemplo, também pesou na decisão de começar a trabalhar um sistema alternativo.
Variedade: modelo tático será escolhido em função dos adversários e do momento
Nesse sentido, o Braga apresentou-se em 4x2x3x1 perante o Tondela, ou seja, com uma defesa clássica (Yan Couto e Sequeira nas faixas) e duas unidades de trabalho na zona intermédia, como Al Musrati e Lucas Mineiro, ficando Chiquinho mais à frente, nas costas do ponta de lança, e dois alas (Fábio Martins e Ricardo Horta) com liberdade para o jogo interior.
Os dados estatísticos no duelo com os beirões jogaram a favor do novo conceito. O Braga atingiu o valor mais alto da época em posse de bola (66,09 por cento) e também se superiorizou ao nível das recuperações (95). Em relação aos jogos recentes, a equipa ganhou mais duelos (segundo valor mais alto da temporada) e rematou mais (20 disparos, sete à baliza), igualando o registo máximo, alcançado nos jogos com o Moreirense e na Supertaça.