Carlos Vicens: "Há zero risco de relaxarmos. É como se fosse uma final"

Que eliminatória espera a partir desta primeira mão no Algarve contra uma equipa de menor expressão?

"É uma eliminatória onde temos de sair a partir do primeiro jogo para superar o rival. Este play-off é a última etapa que nos abre as portas para a fase de grupos da Liga Europa. É onde queremos estar e temos mais este adversário pela frente. Têm experiência neste tipo de jogo, mesmo com jogadores de trajetórias menos conhecidas, têm capacidade de gestão de jogos importantes com anos de experiência em categorias onde não é fácil competir nem obter resultados. É uma equipa acostumada a vencer títulos com uma série impressionante de conquistas e um treinador que conhece bem a sua liga e jogadores. Se chegaram onde chegaram é porque algo fizeram, algo mereceram, foram capazes de fazer muitas coisas bem. O exemplo está na viagem que fizeram à Arménia, souberam gerir o resultado, souberam safar-se e defender-se. Essa sorte do jogo foi porque procuraram igualar as coisas. Conto com essa mesma mentalidade e nós temos de ir a campo para ganhar e desenvolver o nosso jogo. Estamos bem preparados para situações que podem acontecer."

Há um sentimento de fator casa ao jogarem este jogo no Algarve?

"Não vamos jogar em casa, é no Algarve, num estádio onde não é hábito jogarmos. Vamos jogar num estádio de Portugal com boas condições, como fomos informados. Foi um orgulho brindar os nossos 900 adeptos com essa vitória em Alverca. Ficamos felizes de os ver felizes.

Estas vitórias têm ajudado na consolidação de uma ideia?

"Eu já disse que estamos num processo de construir uma equipa com ideias de um treinador novo. Leva tempo este processo, mas é mais fácil quando os resultados são positivos, o que temos feito tem ajudado a equipa a ter confiança e tranquilidade. Estes resultados colocaram-nos numa situação em que estamos contentes. Sabemos que temos coisas a melhorar, os jogadores escutam e sabem que o processo que nos trouxe aqui vai-nos levar muito mais longe."

Não sofrer golos há três jogos é prova maior de que este Braga está no caminho certo?

"A solidez defensiva é fundamental, já comentei antes, temos de ser bons a trabalhar em todos os momentos do jogo, na gestão da bola, no último terço, em sermos capazes de sofrer, na pressão, na área contrária, na bola parada. Uma equipa que quer fazer coisas importantes tem de dominar todas as fases de jogo, temos de ser melhores em tudo. E o trabalho defensivo é uma parte disto."

Perante a pouca dimensão do rival, a desigualdade de condições dos clubes, teme algum tipo de relaxamento ou tem uma mensagem mais forte para os atletas nesse sentido?

"Há zero risco de relaxarmos. Os jogadores sabem como enfrentar o dia a dia. Este jogo é como se fosse uma final, sendo o primeiro fora de portas. Falamos o suficiente para melhorarmos, sabemos o que o rival pode apresentar e sabemos o que temos de gerir neste primeiro jogo e na segunda mão. Não imagino um segundo de relaxamento."