O presidente do Marítimo critica o "estilo de liderança" de Pedro Proença.
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Carlos Pereira, presidente do Marítimo, acredita que a era de Pedro Proença na liderança da Liga chegou ao fim, e já traça o perfil que gostaria de ver no sucessor. "Penso que todos os clubes vão manter a sua decisão ou aquilo que tem sido mais do que discutido que é o fim da linha", afirmou o dirigente em declarações a O JOGO, sem deixar de admitir que as declarações do presidente do organismo, na segunda-feira, foram "um sinal que quer transmitir aos clubes de que gostaria de continuar".
"A liderança foi uma das coisas que foram postas em causa e a sua alteração de comportamento constante também. Penso que esse estilo e essa liderança não se compram, mas sim conquistam-se. Se não conquistou, não é agora em tão pouco tempo que vai conquistar", acrescentou Carlos Pereira, convicto de que "é preocupante se esta liderança continuar assim", mas também da importância de uma eventual sucessão. "A grande preocupação dos clubes é escolher uma pessoa que tenha equilíbrio, perfil de liderança forte, mas é muito importante que esse estilo de liderança também tenha um bom relacionamento com os clubes, com a FPF, com o Governo, mas essencialmente com os nossos patrocinadores, que são eles o garante da nossa continuidade", sublinha o presidente do Marítimo, que utilizou a Federação Portuguesa de Futebol como exemplo: "Se copiarmos 50% daquilo que faz a FPF, já estaríamos muito felizes."
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No mesmo sentido, Carlos Pereira argumentou que a relação da Liga com o Governo e com o organismo presidido por Fernando Gomes tem sido "muito tensa", quando é "o mais importante da vida e da estabilidade da Liga". "Ter uma boa relação com a FPF, face à sua liderança, que encaixe na liderança que hoje existe na FPF, mas que não seja um pau mandado da Federação, mas sim que tenha ideias próprias, que consiga implementá-las e ter aquilo que era a estabilidade da Liga no mandato de Hermínio Loureiro, em que houve, aí sim, um relacionamento entre a FPF e a Liga", vincou, com a ideia de que o organismo que tutela o futebol profissional "enfraqueceu".
"A única coisa que a Liga tem é a organização de provas e uma comissão de inquéritos que nada decide e que, de vez em quando, faz uns inquéritos que não sabemos bem o efeito. Apenas sabemos que começam e, muitas vezes, não sabemos como acabam", disse o presidente dos insulares, que também mostrou "grande preocupação" com os custos. "A Liga aumento muito a massa salarial", rematou.