Carlos Carvalhal: "Estrategicamente, o presidente não me tem dirigido a palavra"

Que Estoril espera, sabendo-se do momento que atravessam?

"Os jogos são todos difíceis na Liga, este não vai fugir à norma, os pontos estão caros, é preciso jogar muito para se conseguir a vitória. Tivemos uma boa semana, vamos tentar exprimir isso amanhã. Vamos ter pela frente um bom adversário, bem orientado mas vai encontrar um Braga motivado, a fazer um grande campeonato fora de portas, a roçar o fantástico. Temos de dar sequência ao que temos vindo a fazer. Vamos para o Estoril com três pontos na cabeça."

Não vê o rival muito inferiorizado para este encontro pelas baixas? Não alterará isso as circunstâncias do encontro?

"Todas as equipas têm limitações, tivemos jogos com cinco, seis ou sete de fora. Faz parte do campeonato e os plantéis são feitos para colmatarem as ausências. O Estoril tem uma matriz de jogo bem identificada, não vai mudar nada a forma de jogar. O treinador colocou muito bem a sua impressão digital, é uma equipa difícil e muito pressionante, com jogo positivo. Irá ao encontro das suas caraterísticas habituais, jogando cara a cara connosco. Estamos preparados para isso."

Já pode confirmar a disponibilidade do Fran Navarro e do Roger?

"O Roger e o Fran Navarro vamos ver. Vou falar com os jogadores, fizeram um treino mas necessito saber as sensações que tiveram para tomarmos decisões."

Fala muito da dimensão do Braga fora. Ainda sente no chip dos jogadores alguma diferença de pressão a esse nível?

"Estivemos sempre bem fora, em casa foi um estigma que foi ultrapassado. Agora temos dois desafios fora, temos de estar focados nesses jogos para manter o nosso registo fora."

Vendo o Estoril mas vendo a luta em que está inserido, o Ricardo Horta falou ainda agora que é mais benéfico o Braga correr por fora. Corrobora esta tese?

"Quero é ganhar ao Estoril, não me vou dispersar, interessa-me apenas este jogo, não posso fugir das dificuldades que vamos tentar provocar no rival, pensar nas suas fragilidades." 

Há espaço na sua mente para sonhar ser campeão em Braga?

"Neste momento só sonho com uma vitória no Estoril, apenas vencer o jogo, porque esta profissão depende muito dos resultados. Pela experiência temos que nos focar no próximo jogo. Qualquer passo em falso é cruel."

Tem pena que esta Liga não tenha começado com o que se viu a partir da segunda volta?

"Cada coisa tem o seu tempo, estamos nas equipas para as fazer evoluir. Tenta-se moldar o bruto para um nível competitivo, que nos faça ganhar. Mas tudo demora o seu tempo, nada nasce no imediato. As coisas carecem de maturação, os jogadores necessitam de entender melhor o campeonato e e maturarem o conhecimento do treinador. "

Como andam as conversas com António Salvador quanto ao futuro?

"Zero conversas sobre o futuro, sobre a estrutura. Apenas plano A e B no agendamento de jogos. O presidente, estrategicamente, não me tem dirigido a palavra. "

Independentemente da classificação, o seu saldo pessoal já será satisfatória desta época?

"O mais difícil está sempre por vir. Serão cinco jogos difíceis, percebo a questão mas só vai ser respondida no último jogo."