Declarações do treinador do Braga na antevisão ao jogo frente ao Casa Pia, agendado para as 20h30 de sábado
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Depois de dois empates, sente a equipa preparada para regressar às vitórias? "Temos de corrigir o que não fizemos bem nos últimos dois jogos, foram entradas em falso, tivemos de perceber as razões para isso ter acontecido. Há uma unanimidade no que foi apontado, foi algo fatual. Estivemos sintonizados nas observações, unidos, vimos os primeiros dez minutos, porque depois a equipa partiu para um nível completamente diferente. Entendemos o que aconteceu, foi dada a voz aos jogadores. Não foi um problema de atitude ou querer, foram situações pontuais, até bem identificadas pelos jogadores. Não vou escalpelizar, mas tivemos consenso no que falhou. É o que se faz quando há erros não controláveis, mas que se podem tentar colmatar. Agora a expetativa é fazer um bom jogo contra o Casa Pia, um adversário difícil, mas vamos pelos três pontos."
Envolve uma gestão disciplinar este jogo, face ao risco de vários jogadores falharem a última jornada? "Vamos fazer o que sempre fizemos, sem qualquer gestão, a não ser, no decurso dos jogos, quando decidimos tirar jogadores amarelados pelo risco de serem expulsos. Acreditamos em todos, apenas temos de aumentar a nossa agressividade para vencer o Casa Pia e, com isso, podemos estar no limite dos amarelos. O outro jogo será outra história. Temos gente a trabalhar com empenho e vontade de vencer. Não teremos problemas nem ofereceremos desculpas."
Depois das palavras do presidente esta semana, da ambição projetada para que haja um Braga campeão a breve e médio prazo, tornou-se mais aliciante treinar a equipa? "É sempre aliciante treinar o Braga, em qualquer circunstância, isso é um ponto de honra. Relativamente às afirmações do presidente não me quero alongar, não quero tirar o foco. Fico satisfeito pelo presidente ter ambição, querer elevar o patamar e consolidar o clube. Espero que se concretize, esteja no banco, ou daqui a cinco ou seis anos, estando na bancada. Serei sempre mais um a festejar o título que o Braga tanto ambiciona."
Fazem-se contas aos golos e à pontaria necessária, se for preciso superar o FC Porto pelo diferencial de golos marcados e sofridos? "Penso ser uma falta de respeito, se temos um adversário pela frente, dar essa ideia que vamos jogar sozinhos. A intencionalidade é vencer, se estamos a ganhar por 1-0, vamos pensar no 2-0, e por aí fora. A ambição de ganhar é o mais importante, fazer tudo para vencer o grande desiderato. No final fazem-se as contas. Falar de uma diferença de cinco ou seis golos é desvalorizar um adversário, basta-nos tentar fazer o máximo de golos e não sofrer, isso é válido para todos os jogos.
A falta de agressividade foi a maior pecha nos últimos jogos? "A agressividade é uma parte importante de um jogo mas também está relacionada com os posicionamentos. Podemos estar a fazer um jogo agressivo e basta uma falha de posicionamento para quebrar toda a equipa. Temos de estar focados no adversário e ativar a equipa no seu todo. Se algo falha por algum motivo, nota-se. São situações de pormenor que marcam a diferença. Falando do golo do Santa Clara não nos surpreende em nada, seja quem mete a bola e para onde mete. A semana foi feita a prevenir isso mas não conseguimos anular. Esse tipo de situações foram revistas com autocrítica."
O El Ouazzani ficou fora da ficha no último jogo... Será que pode reaparecer? "Isso é para todos, o que posso dizer do Amine, já disse do Patrão antes. O futebol é assim. Quando o resultado não é positivo, quem não joga é importante. Amanhã é outra vida, estamos a contar a cem por cento com todos."
Depois de altos e baixos, há um pico de forma dos jogadores nesta luta pelo pódio e por uma permanência em Braga? "Há uma ideia que se cria que não é bem real. Concordo com altos e baixos, de uma equipa que jogou com arritmias, mas só na primeira volta. Agora estamos a três pontos de conseguir a segunda melhor segunda volta no atual formato do campeonato. Estamos com números excelentes, nada parecidos com a primeira volta. Foram ajustadas certas coisas e com as transformações feita até surpreendemos muita gente. Não se esperava tanto de jovens da formação. A partir de janeiro fomos ganhar à Luz, também conseguimos vencer o FC Porto e empatar em Alvalade."
Quer descrever esse momento de infortúnio que o faz andar com o braço ao peito? "Nunca pensei que um problema no ombro provocasse uma dor tão forte. Estava mortinho por ir para o hospital, mas decidi que devia ficar ali no campo, sem vestir a capa de herói como exemplo. Tomei morfina na ambulância porque as dores eram terríveis. Fizeram o raio-x e viram uma deslocação do ombro, sem fratura acentuada. Mas colocaram o ombro no sítio e a dor baixou brutalmente. De qualquer modo, voltei ao hospital nos últimos dias e viram que há uma fratura, o que vai fazer com que me vejam assim mais tempo. Nem dá para o padel, ténis. E só posso mandar a equipa para a frente, para a defesa não! Quando jogava só tinha magoado rivais, eu nunca sofrera nada, foi preciso chegar aos 59 anos para me acontecer isto."