Carvalhal e o número de jogos: "Até o meu filho comentou que eu estava a ser chato"
Após vitória com o Tondela (4-2), técnico do Braga, Carlos Carvalhal falou do calendário apertado para a equipa minhota.
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Análise do jogo: "Significa que fizemos um grande jogo, um dos melhores jogos da época. Creio que os dois golos, um golo está bem, mas dois... Acho que faz o resultado até um pouco mentiroso. Fizemos um grande jogo, desperdiçámos grandes oportunidades, fomos uma equipa muito segura, muito forte a atacar, muito segura a atender, muito pressionante. Tinha dito isso na antevisão do jogo que a equipa ia estar forte, não ia estar cansada, ia ter energia".
Desabafo com calendário: "E pronto, infelizmente, eu vou ter que dizer isto: eu andei aqui a fazer figura repetitiva, sempre a dizer a mesma coisa, sempre a falar a mesma coisa, e acho que a maior parte das pessoas não entendiam o que eu estava a dizer. Estávamos a jogar a cada três dias, como se fosse normal, 'isso é Inglaterra e tal', não tem nada a ver com isso. Fizemos oito jogos consecutivos, com dois dias de intervalo. Isso não existe... O ZeroZero, felizmente, fez uma análise séria e nos últimos 20 anos não houve nenhuma equipa nos campeonatos europeus que fizesse uma sequência desta. E eu andava a dizer isto e cheguei a ser criticado e tive que andar a repetir. Até meu filho comentou que eu estava a ser chato com isso e eu disse que ninguém me entendia. Felizmente, foi feita a análise. Nos últimos 20 anos, ninguém fez uma sequência daquela".
Elogio à equipa: "E é com esta equipa, a dar continuidade a esta sequência que nós temos feito isto: jogos consecutivos de elevado nível, com recorte técnico, com grandes jogadas, uma equipa sempre coesa, sempre muito inteira no jogo. Evidentemente, fico muito satisfeito com reações a infortúnios como foi o caso da derrota com a Roma, que não nos beliscou minimamente. Soubemos o que fizemos, soubemos as incidências do jogo, mas a reação foi muito boa e, acima de tudo, além da vitória hoje, foram os golos de recorte técnico, as jogadas de recorte técnico que fizemos hoje. Fico muito satisfeito porque o contexto é terrível. Ainda há pouco tempo, vi um colega meu a queixar-se que sentiu a equipa cansada porque fez um jogo ao meio da semana. Eu já levo 14 ou 15 jogos sem treinar, no fundo a recuperar e trabalhar especificamente para cada jogo e já levo isto há quase três meses".
Segundo lugar à condição: "Neste momento é o chip. Agora é tirar o chip e meter o chip da Liga Europa. Temos um jogo a fazer com a Roma, isso que é o mais importante para nós nesta altura. Tentar gerir. Vou dizer isto para me entenderem: vamos jogar na quinta-feira com a Roma, no domingo com o Nacional, na Madeira, e vamos jogar na quarta-feira com o FC Porto a Taça. Mais uma vez, para além da densidade de jogos, vamos estar em pé de desigualdade com os nossos adversários. Tanto com a Roma que não joga hoje, com o Nacional que tem a semana toda para trabalhar e o FC Porto que vai jogar no sábado e nós no domingo: faz toda a diferença três para quatro dias. Mas contem com o Braga, vamos à luta nos jogos todos e provamos hoje que dentro desse contexto estamos sabendo gerir as coisas e estamos muito intensos e ativos a cada jogo".