Carlos Carvalhal de regresso ao Braga: "O contrato é de dois anos, não de três dias"
Carlos Carvalhal, sucessor de Daniel Sousa no Braga, revelou que aceitou o convite de António Salvador - que estava na sala de imprensa durante a conferência desta quarta-feira - para treinar o "seu" clube pela terceira vez em "dois minutos e meio/três minutos"
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O momento é de trabalhar e "arregaçar as mangas", afirma Carlos Carvalhal. Três dias depois de assumir o comando técnico dos arsenalistas, o "agora orgulhosamente avô" terá pela frente a missão de garantir o apuramento para o play-off da Liga Europa, depois do empate sem golos, há uma semana, em casa, contra o Servette, ainda sob a liderança de Daniel Sousa.
Como é que se sente no regresso ao Braga?
"Estou muito feliz por estar aqui, agradeço ao presidente por, mais uma vez, voltar a casa. Sinto-me como se nunca tivesse saído daqui, é o meu clube. Estou muito feliz por estar com estes jogadores, esta administração, estes adeptos e até jornalistas que não vejo há algum tempo. Fui muito bem recebido desde que cheguei. Não houve apresentação, porque é tempo de trabalhar e menos de conversa, foi tempo de arregaçar as mangas e ir treinar."
Pouco tempo para preparar o primeiro grande teste
"É tempo de foco e disciplina, de honrar o Sporting de Braga, quero que os jogadores tenham um bom espírito e uma vontade enorme de vencer. Vai ser com essa humildade, trabalho e união que vamos conseguir trazer a vitória da Suíça."
Não hesitou quando recebeu o convite de António Salvador para treinar o Braga pela terceira vez?
"Acordei na segunda-feira com uma mensagem do presidente que mandou na noite de domingo, já tarde, porque eu deito-me cedo e só vi de manhã, para me reunir com ele. Na segunda-feira, fez-me o convite, pôs-me as condições e eu aceitei em dois minutos e meio/três minutos. A motivação é altíssima. O Braga é o meu clube,. Ter ajudado a ganhar uma Taça de Portugal foi a minha Champions e isso diz tudo. Ganhar aqui tem dez vezes mais valor do que em outros clubes. O clube evoluiu de uma forma assustadora, tem instalações de nível mundial, conheço bastantes a nível mundial, vi um ou dois do mesmo nível, ou melhores. A grande diferença é que, nestes dois anos, tornei-me avô."
Em 20 anos, esta é a primeira vez que o presidente António Salvador convida um treinador pela terceira vez. De que forma isso pode aumentar a pressão?
"Sem pressão nenhuma, tenho 58 anos e a minha vida está estável. Vou mais pelo lado de criar raízes, fazer história e deixar a minha marca. A pressão do Braga é enorme, mas pelo sentido positivo, para descer divisão é bem pior, agora estar num clube que luta para ganhar todos os jogos é um tipo de pressão diferente."
Estreou-se há 26 anos como treinador principal, no Sporting de Espinho. Este é desafio mais arriscado da sua carreira? Tem receio de não vencer o primeiro grande combate?
"Se tivesse receio não vinha para aqui. Tenho é coragem, no futebol já vivemos situações difíceis, como falta de organização e dificuldades financeiras, em clubes que estavam obrigados a ganhar. Vivemos isso tudo e estamos prontos para tudo. O desafio do Braga é aliciante, estamos de peito aberto. No Braga, olho pelo lado positivo. O contrato é de dois anos e não de três dias. Importante é ganhar amanhã."
Falou em dar umas pinceladas na organização. Foi esse o maior problema que detetou?
"Desde já e devia ter começado por aí, desejo felicidades ao Daniel e à sua equipa técnica para o futuro. De forma alguma queria dizer que a equipa não estava organizada. Falei em organização, em função da nossa maneira de jogar. A nossa equipa permite ter organizações pontualmente diferentes, uma maneira de pressionar e de defender distintas e foi isso que entendemos fazer. Há coisas a fazer e foi nisso que insistimos nestes dias."