Cardoso Varela: compromisso com outro clube, queixa-crime e preocupação pelo atleta
Segundo apurou O JOGO, o FC Porto sabe que o jogador já se comprometeu com outro emblema, mesmo que os 15 anos (faz 16 em outubro) o impeçam de assinar contrato profissional
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O caso delicado que O JOGO noticiou na sexta-feira em torno de Cardoso Varela, extremo de 15 anos do FC Porto, tem levado o clube a atuar em diversas frentes. O paradeiro do atleta é desconhecido desde que terminou a participação no Euro de Sub-17 por Portugal, num enredo complexo e com múltiplas implicações que, por partes, vamos detalhar. Segundo informações recolhidas por O JOGO, o FC Porto tomou conhecimento que o jovem já se comprometeu com outro clube, o que desde logo é um problema: os regulamentos não permitem a assinatura de um contrato profissional a jogadores com menos de 16 anos, idade que Cardoso só atingirá a 29 de outubro.
O paradeiro do avançado é desconhecido e reprovou o ano por faltar a exames. Dragões reportaram às autoridades e confirmaram que Cardoso foi oferecido por um suposto representante legal.
O desaparecimento do jogador, que faltou a reuniões com os dragões para formalizar a continuidade no clube, também já teve implicações a nível pessoal, uma vez que o avançado não compareceu a exames escolares e reprovou de ano. Assim, além da FIFA, o FC Porto participou o caso à Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) e efetuou uma queixa-crime junto das autoridades competentes.
Cardoso Varela veste de azul e branco desde 2022/23 e com grande rendimento. Habitou-se a jogar no escalão acima e o último Europeu de sub-17 é exemplo maior disso, além de ter despertado ainda mais atenções. Um suposto representante legal do jogador em Portugal, Wilson Sardinha, em colaboração de um agente FIFA, terá sugerido Cardoso Varela a vários clubes europeus.
3 M€ - É o valor que os alegados representantes de Cardoso Varela terão exigido para a continuidade no FC Porto
O FC Porto, sabe O JOGO, não só contactou esses emblemas como confirmou os contactos com Sardinha e até visitas do jogador às instalações, em alguns casos. Neste sentido, os dragões sensibilizam os clubes a quem o jogador seja “oferecido” a informar a FIFA e a cooperar com o FC Porto. Além disso, no processo que os azuis e brancos estão a preparar constam também testemunhos que Cardoso Varela, no Chipre, durante o Europeu, assinou documentos e contratos sem compreender devidamente o que estava em causa.
Tudo isto diverge do resultado das conversas que André Villas-Boas encetou com a família do jogador, tentando tudo para inverter a situação baseando-se no projeto que tinha para a promessa. No entanto, os seus representantes terão exigido três milhões de euros a troco da continuidade no Dragão. Sejam quais forem os próximos capítulos, o FC Porto vai às últimas consequências para ser ressarcido ou recuperar Cardoso Varela para os quadros do clube.