Caos no V. Setúbal: duas semanas após eleições, grupo de sócios pede AG destitutiva
Apenas duas semanas após o ato eleitoral que elegeu Paulo Rodrigues, um grupo de sócios do Vitória de Setúbal está a recolher assinaturas para pedir a destituição da direção e novas eleições.
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Um grupo de sócios avançou com uma recolha de assinaturas para, de acordo com os estatutos do clube, avançar com um pedido de Assembleia Geral Extraordinária para destituir a direção liderada por Paulo Rodrigues. O documento, que circula nas redes sociais, já está disponível e precisa de ser assinado por 100 associados para poder ser validado pelo líder da mesa da AG, Nuno Guerreiro Soares.
Insatisfeitos com o arranque do atual mandato, os autores da iniciativa enumeram como motivos para o pedido de demissão "o agravamento das condições sociais dos funcionários e suas famílias, com a respetiva (e lamentável) exposição pública da sua situação", "a falta de condições de trabalho e motivação da equipa de futebol profissional do clube, com a consequente perda de dois pontos no jogo com o Esperança de Lagos e o precoce afastamento da Taça de Portugal" e a "estimulação de posturas divisionistas no seio da massa associativa", sendo que o requerimento acrescenta ainda que, até ao momento, não houve nomeação de quais os representantes do clube na SAD.
"Agravamento das condições dos sociais dos funcionários e suas famílias" é um dos argumentos utilizados para justificar o pedido dos sócios
Pode ainda ler-se no documento que a direção "desrespeita a maioria relativa dos associados (...) ao governar o clube à revelia do programa de mandato".
Funcionários e jogadores não recebem salários há quatro meses e, apesar de ter reconhecido a situação durante a campanha eleitoral, a direção liderada por Paulo Rodrigues ainda não terá encontrado solução para a conseguiu resolver.
Entretanto vários funcionários assinaram uma carta na qual demonstram a sua insatisfação e dizem-se "abandonados", tendo recebido nos últimos dias donativos por parte de vários movimentos solidários, enquanto o plantel continua a recusar-se a treinar, com o Sindicato dos Jogadores a par da situação e em permanente contacto com capitães e equipa técnica. O plantel, que já tinha cumprido um período de greve durante o passado mês de setembro, voltou a utilizar a greve para reivindicar os quatro meses de salários em atraso, ou seja desde julho.
O JOGO sabe que está agendada para breve uma reunião entre o Sindicato de Jogadores e o grupo e que em cima da mesa está a hipótese de acionar o fundo de garantia salarial do organismo, numa altura em que os jogadores podem avançar para rescisões de contrato pelos incumprimentos salariais.