O italiano, juntamente com os seus antigos colegas de seleção que se sagraram campeões do mundo em 2006, recolhe fundos para ajudar o seu país a recuperar de uma situação cada vez mais alarmante e dramática... que viu primeiro na China, onde treina o Guangzhou Evergrande
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Fabio Cannavaro, atual treinador do Guangzhou Evergrande da China, viveu em primeira mão o drama do coronavírus e viu como os asiáticos o combateram, e numa conversa com Iker Casillas, transmitida ao vivo no Instagram, contou ao espanhol do FC Porto e antigo colega no Real Madrid o que viu e como lidar com isso.
O JOGO assistiu e transcreve aqui a conversa entre as duas antigas glórias do futebol mundial.
Cannavaro - Tive a má sorte de viver isso aqui na China. Em oito dias saí duas vezes e parecia um filme. Imagina uma cidade de 30 milhões de habitantes... vazia!
Casillas - Tinha de ser à filme, sim...
Cannavaro - Em todos os lados tinham termómetro para ver se estava bem. Nos bancos, no centro de treinos, à entrada de casa. Diziam 'gripe', 'gripe'. Era a única forma de não propagar a doença. Depois voltei a Itália e perguntavam-me como era, mas ninguém esperava que acontecesse lá. A minha mulher está lá com os meus filhos e sabem que não podem sair de casa! Na Europa as pessoas não percebem que têm de ficar em casa.
Casillas - Como está a Itália, além daquilo que vemos nas notícias?
Cannavaro - Sinto que está muito mal. Há muita gente infetada e não há camas, fazem hospitais pelas ruas, faltam máscaras e luvas, coisas necessárias para os médicos. Como te disse antes por mensagem, os campeões do mundo [de 2006] estamos a fazer uma campanha para doações, porque em Itália precisamos de ajuda [Nota: a campanha já supera os 300 mil euros de angariação]. Vi noutros países que ao fecharem os estabelecimentos as pessoas diziam 'não...' Mas os países e as cidades deviam-se ter fechado e não o fizeram, não "aproveitaram" a situação de Itália para o fazer.
Casillas - Agora é olhar em frente e ganhar consciência, ficar em casa e não pensar que devemos ir à rua porque apanhar ar nos faz bem.