O treinador nem sabia que está na história dos viseenses por ter feito parte da equipa que foi mais longe na prova-rainha. Recorde foi igualado esta época e pode ser superado amanhã
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Um campo pelado, um estádio a rebentar pelas costuras e um Académico histórico. Corria a época 1978/79 quando o Académico de Viseu chegou aos quartos de final da Taça de Portugal, pela primeira vez na história do clube, mas ficou pelo caminho, eliminado que foi pelo Braga. Chico Gordo brilhou naquele dia, marcou os dois golos que decidiram o encontro e acabou com o sonho viseense. José Rachão foi titular nessa partida e recordou a O JOGO essa tarde de junho que mexeu com a cidade. "Lembro-me de que o Fontelo estava completamente cheio e de que as pessoas viveram esse jogo de uma forma especial. Apanhámos um Braga muito forte, o Académico estava em último e entrámos para esse jogo desfalcados, senão a história poderia ter sido diferente. Foi complicado, sofremos um golo logo nos primeiros minutos e acabámos por perder num campo que ainda era pelado", narra.
O agora treinador nem tinha conhecimento de que o feito desse ano era caso único, até ter sido igualado esta temporada. "Ligaram-me a dizer que o Académico de Viseu só tinha estado por uma vez nos quartos de final e eu não sabia", conta. Sobre o jogo de amanhã, com o Canelas, formação da Série B do Campeonato de Portugal, José Rachão pediu cautelas. "O Académico de Viseu é favorito, vem de uma vitória no Varzim e, a jogar no Fontelo, é sempre perigoso, mas caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém", adverte. "O Canelas tem uma equipa que trabalha e corre muito", acrescenta. Não obstante, o coração do ex-médio vai estar a torcer pelos viseenses. "O clube tem uma grande possibilidade de fazer história dentro da sua própria história. O Académico diz-me muito, sei que fiquei na história do clube como jogador e treinador e desejo que passem às meias-finais", afirmou.
Se conseguir o apuramento, o Académico partirá para as semifinais, jogadas a duas mãos, e José Rachão acredita numa ida ao Jamor. "Nas meias-finais, tudo pode acontecer...", concluiu.
A subida que fugiu e que marcou
Depois de ter pendurado as chuteiras, José Rachão chegou a orientar o Académico e falhou a subida à I Liga na época 1990/91. "Estávamos com a cabeça na I Liga e só precisávamos de ganhar um dos dois últimos jogos. Recebemos o Maia na penúltima jornada, com o Fontelo cheio, estivemos a ganhar 1-0, mas perdemos 1-2. Na última ronda fomos ao Espinho, do Manuel José, empatámos 0-0 e os adeptos invadiram o campo para fazer a festa, mas estávamos dependentes do resultado do Torreense; eles marcaram aos 98 minutos e morremos na praia. Subiram o Torreense do Cajuda, o Paços do Vítor Oliveira e o Estoril do Fernando Santos."