Antigo futebolista recorda o Braga que representou em 2004 e 2005 e que nada devia aos grandes
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Braga e FC Porto encontram-se esta noite, a partir das 20h30, para o jogo grande da 25.ª jornada da I Liga. Separados por três pontos e envolvidos neste momento numa intensa luta pelo terceiro lugar - sem deixarem de olhar para os resultados de Sporting e Benfica -, os dois clubes têm vindo a protagonizar neste século uma crescente rivalidade, muito por força do crescimento do clube minhoto. A final da Liga Europa, em 2010/11, que os dragões venceram, será o mais mediático momento desse “confronto”, mas há também pontos que unem guerreiros e dragões.
A começar por uma vasta lista de jogadores que na sua carreira representaram os dois clubes, com muitos deles a serem atores de transferências diretas, com destaque para a milionária passagem de David Carmo da Cidade dos Arcebispos para a Invicta ou o recente empréstimo de Fran Navarro, que em janeiro deixou o Dragão para rumar à Pedreira. A atual luta pelo pódio é, apenas, o mais novo episódio entre duas equipas.
O ex-futebolista Cândido Costa é um dos jogadores que este século passou pelo FC Porto antes de chegar ao Braga.
Ainda se recorda da transferência do FC Porto para o Braga?
- Quando cheguei ao Braga, o clube já tinha condições fantásticas e não faltava nada. Ainda há pouco cruzei-me com o Salvador e falámos sobre isso. Quem estava lá sentia-se jogador de equipa grande. Há 20 anos já era um clube incrível. Eu tinha jogado no Derby County, que também tinha condições incríveis. Aliás, é um clube que nem sequer é justo comparar com os clubes portugueses, a não ser com os grandes. Portanto, o Braga deu continuidade a isso. Não digo isto para engraxar os adeptos do Braga, não tenho essa intenção, mas não senti decréscimo nenhum nas condições.
“Revejo esse lance e acho que retrata muito bem a minha carreira: estive quase”
Quais são os momentos mais marcantes da passagem pelo FC Porto e pelo Braga?
-No FC Porto estive inserido num grupo vencedor, sobretudo na época de Mourinho, apesar de ter estado só meia época, mas marca para sempre. Apareço nas fotografias e participei bastante nessa caminhada antes de ser emprestado. No Braga nunca me afirmei como titular indiscutível, mas com Jesualdo senti-me sempre muito válido e tive oportunidades. Na segunda época, o Braga estava a fazer uma temporada incrível, fomos jogar a Penafiel e faço uma trivela que foi mais um bico, o remate até sai bem, bate num poste, passa por trás do guarda-redes, bate no outro posto, vai para o João Tomás, que está a um metro da linha de golo e mete a bola para fora. Às vezes, quando revejo esse lance, acho que retrata muito bem a minha carreira: estive quase.
Individualmente, quem pode resolver este Braga-FC Porto?
-Não estando o Fábio Vieira, que tem capacidade para desequilibrar, os adeptos do FC Porto direcionam logo para Samu, mas não há um grande leque de jogadores para escolher, pelo menos que possa escolher com alguma consistência e fundamentar a escolha. Isto retrata também o estado da qualidade do FC Porto. No Braga sou fã do Ricardo Horta. Pensa as coisas de forma diferente, e, nestes jogos, o tempo de pensar no jogo é muito reduzido.