Chidozie e Bruno Onyemaechi, defesas do Boavista, Niakaté e Banza, ambos do Braga, desfalcaram as respetivas equipas quase dois meses. E os clubes a suportar-lhes os salários... Se Niakaté e Banza fizeram cinco jogos na CAN, Chidozie jogou um minuto e Bruno nem foi utilizado.
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O Estádio do Bessa vai receber esta segund-feira os boavisteiros Chidozie e Bruno Onyemaechi (ambos da Nigéria), e os bracarenses Niakaté (Mali) e Banza (República Democrática do Congo), jogadores que estiveram ao serviço das respetivas seleções na recente Taça de África das Nações (CAN).
Estas ausências saíram caras a Boavista e Braga. Desportivamente não deram o contributo às respetivas equipas entre sete a oito jogos e financeiramente também constituíram um enorme prejuízo. Mesmo sabendo que a Confederação Africana de Futebol compensa financeiramente os clubes que têm jogadores nas seleções, a exemplo, aliás, do que faz a FIFA e a UEFA nas fases finais de Campeonatos do Mundo e do Europeu, respetivamente, o valor é muito inferior àquele que os clubes têm de pagar mensalmente aos seus atletas. Sim, porque o salário, para todos os efeitos, continuou a ser pago pelas Sociedades Desportivas de Boavista e Braga. E sabe-se que alguns deles têm salários muito altos.
A presença dos quatro jogadores na Taça de África das Nações podia servir para valorizá-los, subindo-lhes a cotação no mercado, mas nem isso aconteceu face ao rendimento na prova. No caso dos nigerianos do Boavista, que até foram à final, contra a Costa do Marfim, Chidozie jogou apenas um minuto na competição, enquanto o lateral-esquerdo nem foi utilizado pelo selecionador José Peseiro.
Ausentes do Bessa desde o dia 30 de dezembro, altura em que defrontaram o Gil Vicente, os dois internacionais nigerianos desfalcaram a equipa em vários jogos. Chidozie não joga pelo Boavista há praticamente dois meses, tendo chegado mais tarde por ter contraído malária. Só esta semana voltou e está agora à disposição de Ricardo Paiva. Bruno Onyemaechi apresentou-se uma semana mais cedo, mas só entrou, aos 83 minutos, em Chaves.
Niakaté e Banza alinharam em cinco jogos na CAN, tendo o central do Mali sido sempre titular, ao contrário do avançado da República Democrática do Congo, utilizado apenas uma vez de início.
Malheiro e Álvaro Djaló de fora
O duelo entre Pedro Malheiro e Álvaro Djaló prometia, tendo em conta a qualidade de ambos, mas nenhum deles vai jogar hoje, porque têm de cumprir castigo, devido a acumulação de cartões amarelos. Curiosamente, o lateral-direito do Boavista é natural de Vila Verde, alinhou durante três épocas na formação do Braga e volta a perder o reencontro com a antiga equipa. Isto porque, no jogo da primeira volta, não entrou em campo por ter sofrido uma lesão muscular no encontro anterior, frente ao Chaves.
Ricardo Horta e Bruma em dúvida
Ricardo Horta não alinhou nos últimos três jogos, devido a um problema físico, e não é certo que regresse hoje à titularidade. “Tivemos momentos em que parecia que o Ricardo estava melhor, depois não estava. Só na hora do jogo é que podemos tirar conclusões em relação à utilização dele”, explicou Artur Jorge na conferência de Imprensa, após a conclusão de mais um treino.
Já Bruma regressou esta semana à competição e esteve em bom plano, mas fisicamente não está a 100 por cento. “O Bruma tinha algum défice físico para fazer mais do que fez [contra o Qarabag]. Fez 30 minutos, depois tivemos de ir a prolongamento e fez mais 30, ou seja, jogou 60 minutos, o que é muito para aquela que era a sua condição física. Estamos a tentar perceber qual é a sua capacidade de recuperação para decidirmos de que forma o podemos utilizar contra o Boavista”, referiu o técnico.