Ministério Público quer saber a origem do capital investido por Lalanda e Castro na compra de parte do passe do avançado brasileiro.
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O FC Porto emitiu ontem um esclarecimento no site oficial, informando que quinta-feira, "foi solicitada a colaboração na recolha de elementos do envolvimento das empresas 'Convida Investimentos Imobiliários e Turísticos SA' e 'Pearl Design Holding Ltd' relativos à contratação do futebolista Walter Henrique Silva, em 2010" e, nesse sentido, "forneceu às autoridades os originais dos documentos solicitados."
A reação acaba por denunciar uma investigação do Ministério Público. O "Observador" avançou que as autoridades querem esclarecer a parceria que Joaquim Paulo Lalanda e Castro, ex-patrão de José Sócrates na farmacêutica Octapharma Portugal e principal arguido no caso "Máfia do Sangue" estabeleceu, de forma indireta, com o FC Porto nessa altura, na aquisição de parte do passe do avançado brasileiro.
O JOGO confirmou também que a investigação se centra na origem do capital investido por Lalanda e Castro, cerca de dois milhões de euros com alegada origem na Ruby Capital Corporation, uma "offshore"das Ilhas Virgens Britânicas que tem Lalanda e Castro como beneficiário e que as autoridades já conhecem precisamente do caso "Máfia do Sangue".
Há suspeitas de crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais e o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) está, igualmente, a escrutinar o eventual conhecimento que a SAD portista teria sobre a origem valor usado Lalanda e Castro.
Em julho de 2010, o FC Porto comprou 75% do passe de Walter, por seis milhões de euros, ao Rentistas, um clube uruguaio. Em outubro do mesmo ano, a SAD alienou 25% dos direitos económicos do jogador à Pearl Design Holding Ltd por 2,1 milhões de euros, que depois negociou com a "Convida". Os dragões esclareceram a O JOGO que essa segunda transação nunca foi comunicada à CMVM "porque aconteceu entre terceiros e a FC Porto SAD não tinha o dever de o comunicar".
A FIFA viria a proibir, mais tarde, a "third-party ownership", este modelo de negócios que permitiam a investidores externos comprarem partes de passes de jogadores.
O FC Porto fechou o comunicado reiterando "mais uma vez, a sua total disponibilidade para colaborar com a Justiça".
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