Acidente de viação atirou o defesa para um coma induzido mas abriu-lhe novas oportunidades.
Corpo do artigo
O dia 24 de janeiro já é uma data, por si só, difícil de esquecer para o lateral-esquerdo Bruno Simão, conhecido pelas passagens por clubes como Leiria ou Oliveirense, já que é o dia do aniversário da mãe. No entanto, a data que se previa de festa podia ter acabado em tragédia. "Fui treinar, voltei a casa e precisava de tratar de uns documentos urgentes. Não tinha carro, fui de mota e só me lembro de estar a trocar umas mensagens a dizer que estava muita gente na fila e que ia demorar muito tempo. Depois disso, não me lembro de mais nada", afirma. Daquilo que Bruno Simão não se recorda é do acidente de viação que sofreu e que lhe fraturou costelas, omoplata, perfurou pulmão e o atirou para o hospital em estado muito grave. "Estive 20 dias internado sendo que nos primeiros três estive em coma induzido", conta. Quando o canhoto recuperou a consciência, tinha à sua volta, entre outros familiares, o irmão David Simão, que joga no Boavista e que "sofreu muito" com o estado de Bruno.
Depois do acidente, veio o período de recuperação. "O primeiro mês de alta foi terrível. Não conseguia fazer nada sozinho. Perdi 14 quilos em 20 dias. Doía-me tudo e custava-me respirar", revela. Pendurada ficou a época no Pinhalnovense, por quem só tinha feito um jogo dias antes do acidente, e no pensamento do jogador de 33 anos estava o fim da carreira.
Sem formação noutra área, o Sindicato dos Jogadores contactou Bruno Simão para lhe propor tirar uma formação, com custos suportados pelo Sindicato, em técnico especialista em Exercício Físico. "Tem tudo que ver comigo. Estou muito grato ao Sindicato, mas também ao Pinhalnovense, onde conheci pessoas extraordinárias", sublinha. O adeus aos relvados não é para agora, pois Bruno Simão vai jogar no Casa Pia, onde será treinado pelo amigo de longa data Rúben Amorim. É, de facto, uma nova vida para o defesa.