"Bruno Pinheiro apanhou o comboio em andamento, e tem essa desculpa, mas já lá vão 11 jornadas"

Álvaro Magalhães, que orientou o Gil Vicente em quatro temporadas, conquistando o título de campeão da II Liga em 1998/99, defende que o plantel dos galos “tem qualidade suficiente para estar mais acima na tabela” e responsabiliza os treinadores pelo atual momento da equipa, poupando a estrutura. “O grande erro foi logo no início. É estranho um treinador [Tozé Marreco] que faz toda a pré-época ter saído a dois dias de começar o campeonato. É estranho, esquisito e deixa muitas dúvidas no ar”, começou por atirar a O JOGO. Acrescentou ainda que tal situação, no timing em que ocorreu, só dificultou o trabalho do sucessor, embora Álvaro Magalhães entenda que Bruno Pinheiro já deva ser responsabilizado pelos recentes maus resultados.

“Quando se é segunda escolha, já se sabe para o que se vai. Não fez a pré-época, apanhou o comboio em andamento, e tem essa desculpa, mas já lá vão 11 jornadas. A responsabilidade já é dele, é tempo mais do que suficiente”, vincou.

Para o homem que ainda detém o recorde de pontuação do Gil Vicente na I Liga, 53 pontos, em 1999/00, o clube de Barcelos “dá todas as condições aos treinadores”. “Quem não tiver sucesso no Gil Vicente e não aguentar a pressão dos adeptos, muito provavelmente não tem sucesso noutro clube”, argumenta.

Questionado sobre se tem saudades de estar no ativo - a última experiência nos bancos foi em 2019, no Farense, então na II Liga - respondeu afirmativamente, deixando duras acusações. “Tenho muitas saudades. Estou disponível para voltar, mas a máquina do futebol português está montada para prejudicar os treinadores com experiência, liderança e que pensam pela própria cabeça. Os dirigentes andam a ser enganados por determinados agentes, que tentam por todos os meios prejudicar treinadores como eu”, concluiu.