Rúben Dias, em entrevista à BTV, com crianças das escolas de futebol do clube, com idades entre os sete e os nove anos.
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Qual o sentimento de completar 100 jogos pelo Benfica?: "Estou muito feliz por atingir essa marca, mas como tudo o resto, é uma marca que se atinge, nunca podemos pensar que atingimos algo definitivo, seguir o mesmo caminho porque ainda há muito por conquistar".
Como conseguiste chegar aqui?: "Não foi fácil, começou por algo como vocês, nem sabia explicar por que razão gostava. É difícil explicar nessa idade. O caminho foi de muito trabalho e de acreditar muito no que conseguia fazer".
Imaginavas conseguir fazer tantos jogos pelo Benfica?: "Nem nos meus melhores sonhos. Foi algo no qual nunca pensei. Pensei sempre em fazer um, e mais um, e mais um, e mais um. Chegámos a este número redondo, que ainda tem muito para acrescentar. Como é óbvio, deixa-me muito feliz".
Por que razão te tornaste defesa?: "Comecei com oito anos e tinha a ambição de ser avançado, jogava na frente e queria era marcar golos. Mas quando começou a competição a sério, ainda no Estrela da Amadora, estávamos a sofrer e não conseguia evitar correr para trás para ajudar os meus colegas. Foi a posição que me escolheu. No final do jogo, o míster veio falar comigo e com o meu pai e disse que eu era defesa, uma coisa tão natural como esta não se pode contrariar".
O míster Bruno Lage tem sido um treinador importante?: "Muito, muito. Para mim e para toda a equipa. Para cada membro da equipa e, acima de tudo, para o clube. Tem sido sem dúvida alguma uma pessoa importante para que todos nós possamos crescer mais".
Querm era o teu ídolo com a minha idade (aos oito anos, sensivelmente)?: "Já me perguntaram isso muitas vezes. É difícil. Fujo à regra, nunca tive um jogador sobre o qual dissesse que queria ser como ele. Passados uns anos, comecei a ver muitos jogos, muitas ligas diferentes e era apaixonado por futebol, adorava ver a Champions. Acabei por nunca me fixar num, mas aprender com vários. Acabei por me educar um bocadinho com todos eles".
O que sonhas ainda para a tua carreira?: "Ao longo do tempo sonha-se com diversas coisas, mas fui moldando a minha mentalidade para sonhar com um dia de cada vez. As pessoas pensam que digo isto numa brincadeira ou por achar que devo dizer, mas é mesmo uma forma de estar. Sonho um dia poder ganhar uma Champions, sonho conquistar grandes coisas pelo meu clube, o Benfica, e pela nossa Seleção. Penso muito no dia a dia antes de pensar nisso, porque quanto mais pensarmos no dia a dia maior é a probabilidade de as coisas acontecerem de forma natural".
Em que altura começaste a perceber que isto ia ser a sério?: "Costumo pegar pela escola, sempre me dediquei bastante, e sempre pensei que havia muito sentido em ser bom estudante. Mas há uma altura em que se têm de tomar decisões, com os estágios e as idas à seleção. Aí sim, dediquei-me quase a 100 por cento ao futebol. É difícil dizer a idade, foi sempre um processo no qual tentei que coexistessem tanto o futebol como a escola".
O que significa chegar aos 100 jogos?: "Foi muito especial. Não é algo que nos passe pela cabeça. Vamos conqustando dia a dia, mas foi sem dúvida algo muito especial".
Em que jogo marcaste pela primeira vez na Luz?: "Foi com o Rio Ave. O primeiro em termos absolutos foi com o V. Setúbal, na Taça da Liga".
Quantos jogos na formação?: "Não estou nem aí." [fez 184]
Quando te estreaste como titular na Luz?: "Com o Braga." [Taça da Liga]
E quando foi a estreia absoluta?: "Com o Boavista, a jogar ao lado do Luisão ao lado. A data não faço ideia".
Qual foi a razão da escolha do número 66, o primeiro com que começaste?: "Gostava muito do 3, do 5 e do 6. Mas as opções na equipa B eram o 66 e o... 66. Depois tive oportunidade e cortei a metade no 6".