Lucas João, atacante do Sheffield Wednesday, lembra o tempo em que foi treinado pelo então adjunto de Carlos Carvalhal e apresenta uma explicação para o aumento da produção ofensiva.
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De 2015 a 2017, Bruno Lage foi o técnico adjunto de Carlos Carvalhal no Sheffield Wednesday, do Championship inglês. Aí, ganhou "bagagem" para o desafio à frente do Benfica onde está a um ponto de ser campeão nacional. O JOGO falou com Lucas João, avançado que trabalhou às ordens de Lage e que explica parte do sucesso do técnico das águias.
Viu uma grande evolução em Bruno Lage desde o Sheffield Wednesday?
- Sim e isso vê-se pelos resultados que conseguiu, está à vista. Para quem chegou ao Benfica na situação em que a equipa estava e a colocou no que está hoje, ele tem de ter mérito. No Sheffield era adjunto e, por isso, não expressava muito as suas ideias como agora enquanto treinador principal. O que tem acontecido no Benfica não é obra do acaso.
O que o distinguia?
-Acima de tudo, a entrega em campo. Nos exercícios de treino era muito sério mas, depois do trabalho, era também a pessoa mais brincalhona que podíamos ter, ele define muito bem o que é trabalho e o que é brincadeira. O míster tinha exercícios de finalização programados e executados com ele, pois gostou muito de trabalhar connosco, os avançados.
Concorda com quem diz que chegar ao nível de José Mourinho?
-Se continuar assim, claro que sim. O Benfica está bem no campeonato, chegou longe na Europa e, se Bruno Lage juntar títulos a isso tudo, não vejo impedimentos a que chegue longe. Pelo que tem feito e como está o mercado, os grandes clubes podem ir buscá-lo: ele chegou, mostrou-se e impôs-se.
Vê-o treinar um dos "tubarões" ingleses? Em qual encaixaria melhor?
-Em equipas que queiram trabalhar, com jogadores trabalhadores e capazes de seguir as suas ideias... Bruno Lage já disse que, se os mais velhos quiserem trabalhar, também fica mais fácil para os mais novos os acompanharem.
A recuperação do Benfica é mérito de Bruno Lage?
-Sim, pois conseguiu puxar pelos jogadores e fazê-los acatar as suas ideias.
Mas também houve algum demérito do FC Porto...
-Perderam algumas peças importantes por lesão numa fase em que a equipa estava com boa dinâmica. Mas o FC Porto facilitou nalguns momentos e o Benfica aproveitou. O triunfo no Dragão foi meio caminho andado para garantir o primeiro lugar.
Como tem visto o futebol português à distância?
-O Sporting está um pouco atrás devido aos acontecimentos que viveu, mas está a estabilizar e vai dar a volta. Já o Braga, é uma equipa atrevida, com bons jogadores e bons treinadores que, com um pouco mais de sorte, pode ser um candidato ao título no futuro.
Acredita que voltará a jogar na seleção portuguesa?
-Um jogador trabalha para representar o seu país e não sou exceção. Farei por um dia voltar lá.
Está arrependido por não ter escolhido Angola?
-Não me arrependo de representar o país onde nasci. Estamos a falar da seleção campeã da Europa e todos querem jogar entre os melhores, daí ter optado por Portugal. Não há nenhum arrependimento.
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