Treinador das águias está feliz, mas ao mesmo tempo preparado para dias de tempestade
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Nas primeiras declarações durante a receção na Câmara de Lisboa, Bruno Lage confessou a euforia própria do momento, mas também se mostrou consciente da efemeridade do sucesso. A desilusão e a tristeza moram ao virar da esquina.
"Quando perder vou estar à espera de tudo", disse, aludindo aos insultos que habitualmente esperam os derrotados. "Há que haver sempre um equilíbrio, amanhã podem partir uma mesa uma cadeira, mas há que celebrar, com responsabilidade e com civismo. Assim é que tem que ser vivida a vida e o desporto", disse, em manifesta crítica aos exageros que muitas vezes acompanham as manifestações da multidão.
"Agora vou guardar e viver intensamente estes momentos. Temos que perceber o que é a vida, que é dia a dia. Já nos pedem o 38 e essa tem que ser a exigência de um grande clube, mas o mais importante agora é viver o 37, que foi ganho de treino a treino, de jogo a a jogo. E a vida pessoal também é assim", lembrou, em mais um recado social.
"Agora vou guardar este momento e vivê-lo com enorme felicidade. Não duvido que voltaremos mais fortes e determinados, vamos recuperar energia para o próximo, teremos tempo para preparar o que aí vem, mas agora é festejar este, aproveitar o momento, que vou guardar no coração, é inesquecível", disse ainda.
Depois, quando a repórter lhe perguntou se um treinador do Benfica arrisca-se a ser campeão, Lage respondeu: "É uma máxima de Mário Wilson e confirmou-se. Fizemos uma segunda volta fantástica, fruto do trabalho dos jogadores. Mas também importante foi a reconquista dos adeptos. E dizer que foi um trabalho iniciado por Rui Vitória. também lembro que o plantel deu segunda oportunidade ao Taarabt, que também é campeão porque este grupo lhe deu uma segunda oportunidade. Não fui eu, foi o grupo. Isso é um motivo de orgulho e significado enorme nesta reconquista."