Bruno Lage já não sabe atacar: é o pior arranque do técnico na Luz no que a golos diz respeito
Dos quatro arranques do treinador, este é o pior registo ofensivo. Queda até no saldo entre golos marcados e sofridos
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O empate com o Santa Clara, que chocou as hostes encarnadas, foi consequência de um jogo em que o Benfica sentiu problemas para ameaçar a baliza contrária e criar oportunidades de perigo. As águias marcaram apenas um golo – e ficaram à mercê dos açorianos, que empataram fruto de um erro de Otamendi –, num sinal claro do que têm sido as dificuldades ofensivas dos comandados de Bruno Lage em 2025/26. Aliás, este é claramente o pior arranque no que a golos diz respeito com o técnico na Luz, com apenas 13 tentos em nove partidas. Bem longe dos 29 da época passada, dos 30 de 2018/19 e até dos 21 de 2019/20.
Técnico queixa-se da falta de tempo para trabalhar. Na época passada, entrou na pausa para as seleções, mas a equipa carburou muito mais na hora de visar a baliza dos adversários.
Bruno Lage já apontou o transtorno causado pelo facto de ter tido até agora pouco tempo para trabalhar com os atletas, fruto da curta pré-época, na sequência da participação no Mundial de Clubes, e do calendário apertado neste início de 2025/26. A equipa apresenta sete vitórias e dois empates (um com Fenerbahçe, na Champions, e outro agora com o Santa Clara, para o campeonato) e pela primeira vez o treinador não perdeu no arranque. Porém, são notórias as diferenças na relação com a baliza adversária. Na época passada, por exemplo, quando sucedeu a Roger Schmidt na pausa das ligas de setembro para os compromissos das seleções, a agenda estava também muito preenchida devido aos jogos de campeonato, Champions e Taça de Portugal, havendo ainda nova interrupção para as seleções em outubro, que retirou muitos atletas ao seu grupo. Nos primeiros nove jogos, em que venceu oito e perdeu um (com o Feyenoord, na Luz, para a Champions), o saldo foi de 29 golos marcados, para seis sofridos. Médias de 3,22 e 0,67, respetivamente. Contra os 1,44 tentos marcados e 0,22 sofridos em 2025/26. Fazendo a diferença entre as médias ofensivas e defensivas, os 2,55 de saldo do ano passado caem para os 1,22. Só em 2019/20, quando começou a época como sucedeu agora, houve uma diferença entre golos marcados e sofridos inferior a dois (1,77).
Se olharmos para a estreia absoluta de Bruno Lage na Luz, é visível que o ataque caiu e muito. Em 2018/19, na sucessão a Rui Vitória, que substituiu em janeiro, e em ano em que recuperou o atraso de sete pontos para o FC Porto, sagrando-se campeão, o técnico tinha o seu Benfica com 3,33 golos marcados em média nos primeiros nove desafios (são agora 1,44), ainda que pecando a fechar a baliza, pois tinha consentido nove golos nesse período. Ou seja, uma diferença de 2,33 golos de média entre os tentos festejados e sofridos.