Godinho Lopes diz em tribunal que Bruno de Carvalho moveu uma ação pessoal para o destituir da presidência do Sporting. "Nunca fui ouvido na auditoria", afirma
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Em audiência, Godinho Lopes, ex-presidente do Sporting, considera que a sua saída do clube foi consequência de uma ação concertada de Bruno de Carvalho: "Apresentei a minha demissão depois de meia centena de intervenções por parte do Dr. Bruno de Carvalho. Não queria a melhoria do Sporting, mas sim usurpar o poder", apontando farpas à Mesa da Assembleia-Geral da altura: "Eduardo Barroso e Daniel Sampaio estavam do lado de Bruno de Carvalho. Houve uma maneira pensada de apresentar que tinha delapidado o património".
No processo que move contra Bruno de Carvalho, Bacelar Gouveia e Jaime Marta Soares, Godinho garante que não se pôde defender da expulsão de associado por não ter a documentação necessária, algo que "Marta Soares sabia de forma consciente". Advoga que a "Assembleia não estava mandatada" para o arredar do caderno de sócios, uma vez que não estava na ordem de trabalhos previamente indicada.
Declara ainda que a escolha de Alcochete para o local da Academia foi uma opção mais rentável para o clube do que a proposta inicial de Torres Vedras, dizendo que as "adjudicações do Estádio" estavam todas feitas quando assumiu a vice-presidência em 1998, rejeitando qualquer ligação perniciosa com a construtora, na qual foi vice-presidente até ao final de 1999, data em que considerou a ligação incompatível com os interesses do Sporting.
O engenheiro é sintomático quanto à auditoria levada a cabo pela direção de Bruno de Carvalho: "Nem eu nem qualquer elemento da minha Direção fomos ouvidos".
As alegações finais do processo serão comunicadas a 2 de julho.