Brito tem seis vitórias e dois empates nos últimos oito jogos, estando perto da subida. André Anastácio, treinador, refreia o entusiasmo
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Uma vitória, quatro empates e quatro derrotas era o registo do Brito depois da nona jornada da Série A do Campeonato de Portugal. Resultado: os minhotos, vindos do campeonato Pro-nacional da Associação de Futebol de Braga, partilhavam, com sete pontos, o último lugar com Maria da Fonte e Bragança, mas, a partir daí, foi literalmente sempre a somar. Cinco vitórias consecutivas, dois empates e mais um triunfo no fim de semana passado, contra o Merelinense (2-1), lançaram o Brito para o quinto posto, com oito pontos de avanço para a linha de água e a seis do Amarante, segundo classificado, um posto que dá acesso à fase de subida.
"A vida de treinador é assim mesmo. Em alguns jogos, tudo muda. Estamos numa fase muito boa e, nos últimos oito encontros, só sofremos um golo", releva o treinador André Anastácio. "O que mudou foi a consolidação do processo. A sorte está mais do nosso lado", acrescenta.
Face ao desempenho atual, poderá o Brito aspirar a algo mais? O técnico refreia o entusiasmo. "O nosso foco é a permanência. Podíamos pensar em algo mais, mas basta olhar para as equipas que estão acima do Brito. Nós e o Vilar de Perdizes acabamos por ser os outsiders", observa. Contudo, o grupo já estava preparado para a exigência alta.
"Sempre dissemos que a temporada ia ser competitiva e nivelada por cima. Está dentro do que esperávamos, mas quem anda em qualquer série só à procura da permanência tem dificuldades", comenta. O lugar de treinador, garante, nunca o sentiu tremido. "Tive sempre o apoio dos atletas, administração e investidor. Tivemos de conquistar o respeito e talvez até pudéssemos ter terminado a primeira volta com mais pontos. Houve jogos que estivemos a ganhar e não segurámos a vantagem, noutros fomos felizes", admite. "Somos, de facto, uma família dentro e fora do campo. Cada jogo é um jogo e ainda faltam 27 pontos", recorda André.
Dos Emirados até ao Brasil
Natural das Caldas da Rainha, André Anastácio, 42 anos, treinou o Sobreirense e o Vila Franca do Rosário na temporada passada, antes de fazer a longa viagem até ao Minho. "Trabalhava com o investidor do Brito há dois anos", revela. Antes disso, passou pelo Al Arabi e Al Nassr, dos Emirados Árabes Unidos e, em 2020, pelo Tigres do Brasil. "Nos Emirados foi uma experiência maravilhosa. A minha filha nasceu lá. Temos os jogadores que são profissionais e os que têm a sua atividade. Gostam de futebol, cuidam-se, mas a qualidade está um pouco atrás de outros países árabes, como o Kuwait, o Catar e a Arábia Saudita. No Brasil, diria que o nível era equivalente à Liga 3 ou ao Campeonato de Portugal. Os brasileiros têm muita qualidade técnica, mas taticamente precisam de ajuda", relata.
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