Argelino tem lugar seguro no onze e chega a esta fase da época com moral, tempo de jogo e números que prometem muito. Marcar a um grande é, no plano individual, o que lhe falta em Portugal.
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Sem Corona, castigado, e com dúvidas sobre em que sistema e com que jogadores Sérgio Conceição vai alinhar, há aspetos que os adeptos sabem de antemão. Um é que Aboubakar será o ponta de lança, outra é que Brahimi jogará sobre a esquerda do ataque. Mas se o camaronês parece "condenado" a marcar, por todas as razões e mais algumas (ofereceu o último triunfo portista sobre os encarnados, é o melhor marcador atual, dá-se especialmente no Dragão...), já o argelino tem uma excelente oportunidade para se estrear a marcar num jogo grande. Apesar de estar em Portugal há três anos e meio (e contar cinco jogos contra o Benfica e sete com o Sporting), Brahimi nunca marcou num jogo de tanta importância a nível interno, o que até contraria a ideia de que é nos jogos grandes que o argelino mais se motiva, tese, aliás, que o próprio sempre tratou de desmentir.
E não se tratará de mera coincidência, até porque os números com o Braga, o crónico quarto classificado dos últimos anos (só uma vez o V. Guimarães se intrometeu), são idênticos: sete jogos e nem um golo. No máximo, o argelino conseguiu assistir companheiros para o golo em jogos grandes. Contra o Sporting de nada valeu, porque o FC Porto acabaria por perder em casa por 3-1. Na Luz sim, foi importante na segunda metade de 2015/16. Os dragões venceram por 2-1, com uma exibição monumental de Casillas, e Brahimi construiu a jogada para o golo do triunfo, marcado por Aboubakar.
Em matéria de golos e assistências, Brahimi dá-se claramente melhor contra equipas de menor nomeada, o que, de forma absoluta, é normal em qualquer artista. O Boavista, a quem marcou cinco golos e com quem soma mais duas assistências, é a vítima preferida. Seguem-se Belenenses, Nacional e Portimonense, com três golos sofridos, e mais 11 equipas que, ao longo de três temporadas e meia, estiveram na I Liga e sofreram com a inspiração do atacante. Além de Benfica, Sporting e Braga, só Moreirense e Rio Ave se escaparam entre aquelas com pelo menos mais de uma temporada na primeira divisão e, consequentemente, mais do que duas oportunidades para sofrerem golos do argelino.
Brahimi vive, em 2017/18, uma das melhores fases da carreira. O extremo aceitou continuar no FC Porto, foi reabilitado por Sérgio Conceição e está completamente focado e mais empenhado do que nunca em sagrar-se campeão. Conta cinco golos, quatro assistências e uma importância crescente em todas as provas que disputou, com a exceção da Taça da Liga, uma malapata que comunga com o clube. Este mês, há dois jogos...