Primeiro lugar na Série A do Campeonato de Portugal consolida bom arranque de temporada do clube que na época passada jogava a Divisão de Honra Distrital. Danny Pires, com cinco golos, é o artilheiro
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São cinco vitórias e três empates de uma equipa que ainda não sabe o que é perder no Campeonato de Portugal. Este é o resumo do arranque de temporada do Bragança, líder da Série A cujo feito ganha ainda mais relevância tendo em conta que os transmontanos subiram do Distrital, onde foram campeões da AF Bragança em 2023/24.
Danny Pires, extremo de 23 anos, tem sido um dos abonos de família. Soma cinco golos e uma assistência nas oito partidas, é um dos melhores marcadores do respetivo agrupamento e uma voz da satisfação que se sente no balneário. “É um arranque que está a superar as minhas expectativas. Estive fora do país durante duas temporadas, tenho tentado habituar-me ao ritmo do CdP, mas sinto que estou num bom momento graças, também, ao grande momento da equipa”, elogia.
Apesar de o clube ocupar o topo classificativo, o pensamento é modesto. “O nosso objetivo é a permanência. Claro que é ótimo estarmos em primeiro, e quanto mais tempo lá estivermos, melhor, mas no grupo estamos com os pés bem assentes na terra”, avisa. “Quando assegurarmos a permanência, se ainda estivermos neste lugar, então aí pensaremos noutros voos”, acrescenta.
A concorrência mais a norte é feroz, com nomes de respeito como Paredes, V. Guimarães B e Tirsense, apesar de os bragantinos provarem que os orçamentos não entram em campo. “Ainda agora, frente aos Sandinenses [vitória por 4-2], estivemos a perder duas vezes. Temos uma vontade e raça enormes que têm feito a diferença. O nosso orçamento, comparado com outros, é muito mais baixo, mas temos posto isso de lado quando vamos lá para dentro”, enaltece.
Nascido e criado em Bragança, Danny Pires diz que é “gratificante” estar a ser destacado como uma das figuras de proa do atual momento do clube. “É o emblema da minha terra, do meu coração e que sempre me ajudou”, sublinha, agradecido, definindo-se como um extremo que pode jogar nas duas faixas. “Tento sempre dar o máximo, não dou uma bola por perdida e essa é uma característica que a equipa tem e que também passa para mim”, explica. O bom momento está, inclusive, a gerar uma onda de apoio crescente. “Há muito tempo que não me lembrava de ver tanto apoio. Vem da época anterior e está a crescer, em casa e fora”, valoriza o jogador que, na formação, também passou pelo Cachão (sub-17) e Chaves (sub-19), enquanto como sénior vestiu as camisolas, para além da do Bragança, do Macedo de Cavaleiros e dos finlandeses do Peimari United (ver caixa).
Vontade de emigrar levou-o à Finlândia, “um país acolhedor”
Danny Pires regressou na temporada passada ao Bragança depois de ano e meio no Peimari United, da Finlândia. “No Macedo de Cavaleiros comecei a pensar em ir para o estrangeiro. No final da época disse aos meus empresários que gostava de emigrar e aceitei ir para a Finlândia, para a quarta divisão. Para eles, o futebol é mais um passatempo ao fim do dia, embora na minha divisão já fosse mais a sério”, recorda. “É um país acolhedor, com bom nível de vida, muito seguro. Se conseguissem profissionalizar mais o futebol, iriam ter bons resultados”, comenta.