Após os empates em Famalicão e na receção ao Santa Clara, o Braga saiu cabisbaixo da visita a Rio Maior. Sequência de jogos mais negativa nesta edição da liga. Na quarta e quinta jornada, empatou em Barcelos e perdeu com o Vitória, e na 13.ª e 14.ª rondas somou dois pontos, contra Estoril e Famalicão.
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Nos últimos três jogos, o Braga empatou em Famalicão e na receção ao Santa Clara e, no sábado, perdeu no terreno do Casa Pia, tal como acontecera na primeira volta, na Pedreira. “Nunca falei do pódio, tenho falado dos pontos. Não somámos e devíamos ter somado”, assumiu o técnico, o segundo com mais jogos pelo clube (166), atrás de Manuel Cajuda (231).
A “falta de eficácia e de definição no último passe” foram entraves à concretização do objetivo de sair de Rio Maior com um triunfo que lhe permitiria dormir num moralizador terceiro lugar – independentemente do resultado do FC Porto no Bessa –, antes de receber o Benfica, na derradeira jornada, que continua na luta pela conquista do título.
A oportunidade desperdiçada, logo a abrir, por Ricardo Horta (o jogador com mais jogos, 424, e com mais golos, 138, na história dos arsenalistas) foi o primeiro exemplo da incapacidade para meter a bola lá dentro, apenas contrariada pelo golo de Zalazar, aos 20’. Os dados estatísticos mostram o Braga com 18 remates (totais) contra cinco dos casapianos, seis à baliza contra três, e uma diferença, também significativa, de finalizações dentro da área (11-4), de fora da área (10-1) e para fora (10-2). Aos golos de Fahem Benaissa e de Livolant, a equipa do técnico que venceu a Taça de Portugal em 2020/21 respondeu com atitude e com uma bola à trave, do capitão Ricardo Horta, na parte final. Com mais dez por cento de posse de bola, mais pontapés de canto (7-2), menos faltas cometidas (13-18), faltou-lhe pontaria, agressividade, consistência e serenidade para dar a volta no penúltimo combate da temporada.
Na primeira passagem pelo Braga, em 2006/07, Carvalhal fez nove jogos, com quatro vitórias, dois empates e três derrotas. Em 2020/21, antes de vencer a final da Taça de Portugal, em Coimbra (2-0, ao Benfica, de Jorge Jesus), perdeu duas vezes na parte final dessa edição do campeonato (Sporting e Marítimo), empatou duas (Paços de Ferreira e Gil Vicente), derrotou o Moreirense na Pedreira e terminou o campeonato com um empate sem golos em Portimão. E em 2021/22, quando também ficou em quarto lugar, após ter sido eliminado pelos escoceses do Rangers nos quartos-de-final da Liga Europa, empatou no Estoril, derrotou FC Porto, em casa, ganhou no campo da B SAD, sorriu na receção ao Arouca e terminou com um desaire em Famalicão. À entrada para a última jornada do campeonato, não é significativa a diferença entre golos marcados e sofridos nestas três épocas com Carlos Carvalhal ao leme – nesta sucedeu a Daniel Sousa em agosto. Na atual tem 54-29, em 2021/22 tinha 52-31 e em 2020/21 os números eram 53-33.