Nota de António Salvador refere que o Conselho de Arbitragem "é conivente" e permite que "se adulterem resultados e classificações"
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O Sporting de Braga, através de nota assinada pelo seu presidente, António Salvador, quebrou hoje o silêncio a que se obrigou em março no que diz respeito a arbitragens e visou diretamente o Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol, pedindo a saída de Fontelas Gomes do órgão que dirige os "homens do apito", associando esta questão à saída de Cusódio do comando técnico da equipa.
"A teoria de que o erro é potenciado pelo alvoroço que se cria em torno dos árbitros seria facilmente analisável ao longo destas jornadas e ainda mais no tempo que vivemos, sem qualquer pressão adicional das bancadas e com ferramentas tecnológicas que tornam as falhas inaceitáveis. Ou seja, se num contexto quase laboratorial os erros persistem, então a conclusão a retirar só pode ser uma: o quadro de árbitros é fraco e o Conselho de Arbitragem (CA) é conivente com esta falência, permitindo que de forma reiterada se adulterem resultados e classificações", refere o comunicado, publicado na página oficial dos arsenalistas.
Segundo o líder dos minhotos, derrotados terça-feira no terreno do Rio Ave, por 4-3, "constatando aquilo que aconteceu ao longo das últimas jornadas, a conclusão do Braga é clara e objetiva: o sector da arbitragem vive uma crise de competência profunda e é dever do clube denunciar a persistência do erro e exigir mudanças imediatas, não sendo entendível que numa fase de renovação dos seus órgãos a Federação Portuguesa de Futebol mantenha intacta uma gestão que se tem revelado um fracasso a todos os níveis, reforçando a aposta em Fontelas Gomes e na sua equipa".
"Este Conselho de Arbitragem é conivente com um prejuízo de 9 pontos à equipa do Braga"
"Com sentido de responsabilidade e de contributo para a estabilidade do sector, o Braga sempre teve uma postura de apoio para com o Conselho de Arbitragem, mas perante o atual contexto e o absoluto descrédito deste órgão e da sua presidência, resta anunciar a retirada de confiança a José Fontelas Gomes", sublinha. O atual presidente do CA, recorde-se, integra as listas de Fernando Gomes para as próximas eleições dos órgãos sociais da FPF, especificamente para o mesmo cargo.
E aponta o que considera prejuízos para os minhotos: "Importa sublinhar que a nossa equipa viu serem-lhe assinalados quatro penáltis contra nas últimas cinco jornadas, começando com um castigo máximo - e consequente expulsão de Raul Silva - na deslocação ao terreno do Santa Clara que não é justificável em qualquer imagem e que o VAR não ajudou Artur Soares Dias a reverter, também não alertando para uma falta anterior sobre Paulinho. É importante recordar que no momento desse lance, aos 63", o Braga vencia por 2-1".
"O prejuízo que resultou desse encontro reforçou o estatuto de equipa mais prejudicada da I Liga, mas a partida com o Rio Ave significou novo atentado às leis do jogo e à evolução do sistema de auxílio às arbitragens, fazendo lembrar escândalos passados, alguns até no mesmo estádio, sendo de bradar a não expulsão de Santos aos 60" (inclusive após Nuno Almeida ser alertado pelo VAR) mas também o penálti e a expulsão de Rolando, já em descontos, por intervenção faltosa que não se descortina, sendo claro pelas imagens e referido pela narração da SportTV que o corte do jogador do Braga é feito com o ombro", prosseguiu.
António Salvador diz admitir o erro como "parte integrante do futebol e da vida", mas "o erro persistente e reiterado tem outro nome e não há que ter receio de o apontar: chama-se incompetência".
"Permitir a incompetência é um atestado de incapacidade que tem de ser claramente imputado a este Conselho de Arbitragem, que é conivente com um prejuízo de 9 pontos à equipa do Braga ao longo deste campeonato", refere o presidente do Braga, que argumenta ser a própria comunicação social que reconhece e "deteta um benefício de cinco pontos para o competidor direto, o Sporting".