Centrais avaliados por erros e lesões, laterais por falta de vertigem e avançados por pouca contundência. Discreto quinto lugar na liga é uma deceção. Há apostas que não confirmaram credenciais e janeiro bate à porta, havendo conversas entre técnico e presidente para retocar o plantel de imediato.
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Com uma taxa vitoriosa ligeiramente acima da metade nos jogos disputados para a liga - os minhotos somaram seis triunfos mas consentiram três derrotas e dois empates em onze rondas -, há motivos de alarme na Pedreira com os resultados, também no que é a análise de algumas das mais recentes exibições europeias. No fundo, há problemas evidentes, inevitáveis a partir de um confronto de ideias que nasceu da troca precoce no banco, herdando Carvalhal um plantel feito por Daniel Sousa em conjunto com a SAD, tendo o novo timoneiro conseguido ajustar peças sobre o fecho de mercado, como foram as entradas de João Ferreira, Yuri Ribeiro, Gharbi ou Guitane, assim como a dispensa do polaco Wdowik.
O rendimento do Braga tem tido altos e baixos e a queda no quinto lugar, após derrota com o Sporting, não fintando o todo, porque os guerreiros já passaram por 23 encontros oficiais, fez Salvador reconhecer que há uma interpretação de reprovação, apesar de a esperança reinar. Essa passará, forçosamente, por atacar competentemente o mercado em janeiro, dossiê que já mereceu conversas entre técnico e presidente. Pode esta paragem ser potencialmente mais cristalina para acentuar preocupações na definição de alvos.
Entre o que mais apoquenta, há uma leitura a implicar três frentes de ação. Por partes: Carvalhal já lamentou os erros individuais que mudaram repentinamente o cariz de alguns jogos, encontrando explicação para algumas derrotas. Neste aspeto, os centrais já foram réus de descuidos, seja na concentração como na folha disciplinar, além de o setor ter sido assaltado por sucessivas lesões. Apesar do potencial de Niakaté, Bambu e Mbi, e a tarimba de Paulo Oliveira, a conceção do que é um patrão pode não estar ainda devidamente salvaguardada. Nos diálogos, um central de créditos vincados pode caber nas escolhas, sobretudo um perfil de sobriedade. Num segundo ponto, há uma deceção pela falta de potencial ofensivo dos laterais, tanto por João Ferreira e Víctor Gómez, na direita, como Adrián Marín e Yuri Ribeiro, à esquerda. A influência de qualquer um deles no ataque tem sido deficitária, fazendo com que Carvalhal ainda não tenha fixado nenhum nos lugares.
Finalmente, não há como negar a intranquilidade com a referência ofensiva. O treinador já justificou a falta de golos ou de permanência em campo de El Ouazzani e Roberto Fernández com o processo de aprendizagem a uma nova exigência, considerando que ambos chegaram de divisões inferiores. O marroquino respondeu com golos, mas ainda segue refém de reparos. As ambições dos minhotos devem justificar um esforço suplementar, na busca de um goleador com predicados mais consolidados. Na época passada, a equipa tinha, à 11.ª jornada, 30 golos na liga. Agora, tem apenas 19.