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Tamila Holub, nadadora do Braga, não foi convidada para a Gala Legião de Ouro, do clube minhoto, tendo marcado presença como acompanhante. Um vídeo colocado nas redes sociais mereceu várias reações, de apoio a Tamila, mas também com críticas ao Braga.
Esta tarde, foi a vez do Braga dar conta da sua versão dos factos, considerando, desde logo, que a nadadora falhou "desde logo o compromisso com a verdade". O clube minhoto esclarece que as dimensões do local da Gala Legião de Ouro, o Theatro Circo, não permite convidar todos os atletas. "O clube assumiu o critério de convidar apenas os atletas que seriam premiados e os seus treinadores, não diferenciando a nadadora Tamila Holub de outros atletas de eleição como os Campeões do Mundo Bê Martins ou Léo Martins, a recordista Mariana Machado, o multimedalhado Júlio Ferreira ou tantos outros atletas do nosso Clube que mereceriam, se outras condições houvesse, marcar presença na Gala", pode ler-se num comunicado publicado esta tarde.
"Assim, a declaração de Tamila Holub falha desde logo o compromisso com a verdade, e por isso fere o seu Clube, mas belisca e desrespeita, acima de tudo, os seus colegas que ontem foram distinguidos e homenageados. Tamila Holub, que em 2016 recebeu o Gverreiro de Ouro para Jovem Atleta do Ano, acabou por "roubar" o palco que seria para outros grandes atletas do SC Braga, inclusive o seu colega de Secção José Paulo Lopes, que tem tido um percurso de excelência e que não merecia a desfeita de ver o seu sucesso relegado em virtude de uma declaração irrefletida", pode ler-se, também.
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COMUNICADO NA ÍNTEGRA
"O SC Braga tem um enorme orgulho em constituir-se como um espaço de liberdade, onde não impera o politicamente correto, mas onde tem de prevalecer a verdade.
Por compromisso com a verdade, o episódio criado pela nossa nadadora Tamila Holub, à entrada para a Gala Legião de Ouro, exige da parte do Clube uma tomada de posição pública, realçando os seguintes pontos:
Sabendo não ser possível que a sala do Theatro Circo receba as largas centenas de atletas das modalidades amadoras do SC Braga, o Clube assumiu o critério de convidar apenas os atletas que seriam premiados e os seus treinadores, não diferenciando a nadadora Tamila Holub de outros atletas de eleição como os Campeões do Mundo Bê Martins ou Léo Martins, a recordista Mariana Machado, o multimedalhado Júlio Ferreira ou tantos outros atletas do nosso Clube que mereceriam, se outras condições houvesse, marcar presença na Gala. O SC Braga assume que Tamila Holub não foi convidada para a cerimónia em primeira instância, mas se acabou por marcar presença, fê-lo com a anuência do Clube, através da Secção de Natação, que assim encaminhou o convite duplo entregue ao premiado José Paulo Lopes. Mesmo sabendo não ser possível ter na sala do Theatro Circo as muitas centenas de atletas do SC Braga, o Clube concordou em enquadrar a sua nadadora na Gala Legião de Ouro;
Assim, a declaração de Tamila Holub falha desde logo o compromisso com a verdade, e por isso fere o seu Clube, mas belisca e desrespeita, acima de tudo, os seus colegas que ontem foram distinguidos e homenageados. Tamila Holub, que em 2016 recebeu o Gverreiro de Ouro para Jovem Atleta do Ano, acabou por "roubar" o palco que seria para outros grandes atletas do SC Braga, inclusive o seu colega de Secção José Paulo Lopes, que tem tido um percurso de excelência e que não merecia a desfeita de ver o seu sucesso relegado em virtude de uma declaração irrefletida. No SC Braga, respeitamos os atletas, e por isso os homenageamos e reconhecemos, lamentando que Tamila Holub não tenha demonstrado a humildade e a elevação que todos lhe prestaram no momento em que foi agraciada;
Tamila Holub é uma grande atleta do SC Braga e do desporto português, que merece todo o destaque pelo seu esforço, pela sua dedicação e pelo mérito da carreira que tem trilhado. O SC Braga reconhece-o desde sempre, razão pela qual tem procurado dar a Tamila Holub, ao longo dos anos, as condições máximas para o máximo rendimento. Tamila Holub é a primeira nadadora da história do SC Braga a ter contrato com o Clube. Aliás, mesmo tendo a atleta decidido partir para os Estados Unidos da América - experiência que posteriormente optou por concluir - o SC Braga insistiu para que Tamila Holub se mantivesse ligada ao Clube, propondo-lhe e assinando um contrato que sempre fez questão de honrar e que constituiu a rede de segurança que lhe permitiu regressar a Portugal, ao Clube e ao treinador que sempre a apoiaram e sempre se lhe dedicaram;
Para além do treinador Luís Cameira, que sendo funcionário do SC Braga acompanha a atleta até nas participações ao serviço da Seleção Nacional, o Clube presta a Tamila Holub os serviços dedicados de um fisioterapeuta, assegura todas as quatro deslocações semanais para a Póvoa de Varzim, onde é possível treinar em piscina de 50 metros, e procura assegurar-lhe seis treinos semanais em Braga.
Esclarecido este dispensável episódio, importa registar que a organização da Gala Legião de Ouro encerra critérios que o SC Braga assume por inteiro, ciente de que o processo de decisão será sempre alvo de opiniões contrárias e que isso é reflexo da grandeza do Clube. Assim acontece numa sala com a capacidade do Theatro Circo, como aconteceria numa sala com o dobro ou o triplo da capacidade, porque um grande Clube, como o SC Braga é, tem milhares e milhares de pessoas que legitimamente desejam participar num momento relevante como é a Gala Legião de Ouro.
Com a consciência dessa realidade, é importante que se relembre que o critério do SC Braga relativamente aos seus sócios é claro: em cada ano, a massa associativa do Clube é representada pelos sócios de ouro e de prata, sendo que ontem foram distinguidos pela primeira vez, com grande orgulho, dois sócios de diamante. Os convites a estes associados representaram 265 lugares, a que acrescem 504 lugares para órgãos sociais, funcionários e atletas, todos eles sócios.
Não podendo o Theatro Circo ou qualquer outra sala da cidade receber os restantes milhares de sócios e as outras centenas de atletas, cabe ao Clube assumir por inteiro os critérios que adopta e reconhecendo que toda e qualquer decisão será sempre alvo de reparos e de segundas opiniões."