Joel Pinho, diretor geral do Arouca, falou a O JOGO sobre o processo que conduzirá Daniel Sousa a Braga. Críticas fortes ao Braga e reparos ao técnico, a escassos dias de um jogo
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Joel Pinho não poupa o Braga e António Salvador ao processo que irá conduzir Daniel Sousa ao Minho no início da próxima época, isto a dois meses de terminar contrato com os lobos e a escassos dias de defrontar os guerreiros na Liga. Tendo dito numa entrevista ao jornal Record que "quem nasce lagartixa, nunca será jacaré", Joel Pinho garantiu que "enfia a carapuça quem quiser enfiar sobre uma frase muito bem empregue", reforçou a O JOGO o seu incómodo com tudo o que aconteceu nos últimas dias e horas, envolvendo o Braga e o ainda treinador do Arouca, Daniel Sousa. "Foi, acima de tudo, uma grande estupidez. Coisas destas, comportamentos destes, não deviam acontecer. Nunca e mais ainda nos tempos atuais", lamentou, procurando unir e não desunir em momento sensível, reconhecendo que a relação com o técnico saiu prejudicada.
"Não podemos ser hipócritas nem dizer que temos a relação que tínhamos antes. Cabe a cada um ser profissional e desempenhar as suas funções da melhor forma que o sabe", frisou Joel Pinho, admitindo comunicação mais fria com o treinador que conduziu a equipa a dez vitórias em dezoito jogos, impondo nestas últimas sete rondas um objetivo interno a uma equipa em alta e perfeitamente estabelecida na classificação. "A nossa vida segue tranquila, sabemos bem o que queremos e estamos focados no próximo jogo e na vontade de ganhar ao Braga. Temos a ambição de chegar ao 6.º lugar", atirou o responsável do futebol do Arouca, acreditando, sobretudo, nos jogadores. "Pela motivação do treinador não falo, têm de perguntar a ele. A equipa trabalha de forma normal, quem prepara os jogos é o treinador, não sou eu. Acredito muito nos jogadores, tudo iremos fazer para vencer", destacou Joel, resumindo todo o processo que levará Daniel Sousa a Braga na próxima época e as feridas abertas por anúncio apressado dessa ligação.
"Nunca pensei que as coisas se desenvolvessem como desenvolveram ou acontecessem como aconteceram. Foi algo inaceitável, mais que tudo, pelo timing. Existiu uma negociação entre clubes iniciada na última semana e sempre disse que as negociações terminaram domingo à noite. Posto isto, a partir desse momento, não sairia ninguém, nem se faria qualquer negócio esta semana por causa do jogo entre Arouca e Braga. Por ética, seriedade e dignidade", explicou Joel Pinho, expondo os derradeiros contornos, os passos dados dados pelo rival. "Dissemos que estaríamos recetivos a voltar a falar na semana seguinte. Mas o Braga entendeu ter uma postura diferente, reuniu-se com o Daniel à nossa revelia, oficializou-o a escassos dias do jogo. Cada cabeça, sua sentença. Aqui, nós dormimos de consciência tranquila, eu particularmente bem na minha almofada. Outros não poderão dizer o mesmo", rematou.