A primeira lista candidata às eleições para biénio 2025/27 garante capital que levantará penhoras e enriquecer o património desportivo. Mas Álvaro Braga está preocupado com a falta de relatório e contas.
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A lista encabeçada por Filipe Miranda apresentou, este sábado, os pontos norteadores da candidatura aos órgãos socais do Boavista, cujas eleições deverão acontecer em janeiro. Ante uma vasta plateia de boavisteiros, os principais elementos desta candidatura, entre os quais Álvaro Braga Júnior, para o cargo de presidente da Assembleia Geral, formalizaram já algumas garantias. A começar por um fundo de investimento que permitirá libertar o clube de penhoras e reabilitar o atual complexo desportivo.
“Os parceiros já fechados dão-nos a total garantia para o que foi apresentado”, afirmou Filipe Miranda, após o seu discurso, no qual revelou que durante uma reunião com a direção vigente sentiu “uma clara tentativa de dissuasão”, percebendo “o quanto este projeto é indesejável”. Filipe Miranda não especificou o teor da conversa tida com o ainda presidente Vítor Murta. “ Não queria estar a expor esses assunto, a seu tempo daremos essa resposta”, alegou.
A proposta visa “o corte com o passado” e, sobretudo, resgatar o futebol feminino e reabrir as portas do Estádio do Bessa às camadas jovens. “A equipa profissional não ocupa as horas todas no relvado e o que queremos, com a inclusão de um sintético, que nas horas livres, consigamos trazer os nossos meninos para a nossa casa”, explicou Filipe Miranda. Este será um dos departamentos de Pedro Cortez, nas funções de CEO/vice-presidente, e para o efeito divulgou a maqueta com as remodelações previstas, contemplando a construção de um pavilhão. O tal fundo de investimento e os patrocínios firmados por esta candidatura constituem um sinal positivo para a desejada viragem.
Ainda assim, Álvaro Braga expôs “algumas preocupações, enquanto candidato à mesa de Assembleia Geral”, apontando o facto de o Relatório e Contas de 2021/22 “foi chumbado e ainda refeito, ainda não houve outra assembleia geral para ser discutido e votado e o de 2022/23 nem sequer foi apresentado. Estamos a falar de um clube que não tem as contas aprovadas”. Recorrendo aos estatutos, Álvaro Braga aponta o presidente da AG como “responsável e que deveria estar preocupado com isto”, vincou, lembrando que se a situação não ficar sanada antes das eleições, a Direção e Conselho Fiscal que sejam eleitos “serão co-responsáveis pelas contas”, ou seja, “os credores e entidade tributária podem cair em cima destas pessoas”.
Álvaro Braga manifesta a sua apreensão também pelo indeferimento do PER solicitado pela SAD e a impossibilidade de inscrever jogadores. “Tenho de aplaudir o Cristiano Bacci, algumas pessoas na sua equipa técnica e os jogadores, porque são as únicas boas notícias que saem do Boavista. O staff médico está a fazer ótimas recuperações”, completou.