Boavista estreia-se no escalão principal da AF Porto no domingo, após três jogos adiados
O Boavista vai estrear-se no escalão principal da Associação de Futebol do Porto no domingo, ao visitar o Nogueirense, na quarta jornada, após o adiamento dos três primeiros jogos, disse esta quinta-feira à Lusa fonte do organismo
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Mais de quatro meses depois da descida à II Liga, que antecedeu a queda administrativa nos distritais, os axadrezados voltarão a competir oficialmente, num encontro frente ao quarto colocado da prova, a partir das 17:00, no Estádio Municipal de Nogueira da Maia.
A equipa orientada por Jorge Couto, antigo futebolista, treinador-adjunto e diretor-geral boavisteiro, que sucedeu ao anglo-escocês Stuart Baxter, deveria ter iniciado a época 2025/26 no fim de semana de 6 e 7 de setembro, mas teve as três primeiras rondas adiadas.
As receções ao Foz e ao Lixa vão decorrer em 12 e 26 de novembro, respetivamente, e a visita ao Aliados Lordelo em 15 de outubro, cenário que proporcionará a estreia diante do Nogueirense, numa altura em que a SAD presidida pelo senegalês Fary Faye enfrenta cinco impedimentos de inscrição de novos jogadores junto da FIFA, devido a dívidas.
O Boavista continua a tentar desbloquear essas restrições - uma incide sobre três períodos de inscrição e quatro têm duração ilimitada -, que já tinham vigorado em anos anteriores e reapareceram entre março e agosto, mas vai defrontar o Nogueirense com antigos e atuais atletas da respetiva equipa de sub-19, da II Divisão nacional do escalão.
As panteras oficializaram a chegada de dez reforços em agosto, incluindo o avançado internacional angolano Mateus, de 41 anos, que jogava há duas épocas no Maia Lidador e teve duas experiências ao serviço do conjunto do Bessa, em 2007/08 e de 2017 a 2020.
Dos futebolistas da época passada que chegaram a competir na I Liga transitaram apenas o defesa esquerdo Tomás Silva e o avançado Tiago Machado, ambos formados no clube.
Enquanto a utilização do Estádio do Bessa estiver impedida pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), a Boavista SAD deverá realizar as suas partidas como anfitrião no Parque Desportivo de Ramalde, palco alternativo indicado à AF Porto.
Detentor de 10% do capital social dessa sociedade, o emblema presidido por Rui Garrido Pereira também está impedido de registar novos atletas, por ser solidário com as dívidas da SAD, e ainda não debutou no quarto e último escalão distrital em 2025/26, abdicando de participar na Taça da AF Porto para se concentrar no objetivo da subida de divisão.
Uma vez que as partidas das duas primeiras jornadas da Série 5 já foram remarcadas, o calendário axadrezado passou a ter início previsto para 5 de outubro, com a visita ao Panteras Negras FC, fundado em julho por adeptos contestatários da atual direção e cuja designação faz referência à claque e ao nome original do Boavista, num encontro que se realiza no Parque Desportivo de Ramalde, situado a cerca de 2,5 quilómetros do Bessa.
O Panteras Negras FC empatou fora com o Águias de Gaia na estreia (1-1) e folgou na segunda jornada, visitando o Frende no domingo, na primeira ronda da Taça da AF Porto.
O Boavista deveria disputar a II Liga em 2025/26, mas não conseguiu inscrever-se nas provas organizadas pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) e, mais tarde, também viu negado o licenciamento para participar na Liga 3, tutelada pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF), sendo relegada para os escalões distritais da AF Porto.
A ausência de pressupostos financeiros sustentou esse desfecho e levou o clube a criar uma equipa sénior independente da SAD, cujo direito de apresentar um plano de recuperação foi aprovado por maioria pelos credores, que votaram por unanimidade a continuidade da atividade axadrezada.
A liquidação do clube também foi ratificada em assembleia de credores, ao rejeitarem o adiamento por 30 dias da votação do plano de recuperação da direção de Rui Garrido Pereira, que já recorreu dessa deliberação.
Despromovido à II Liga em maio, após fechar a edição 2024/25 da I Liga no 18.º e último lugar, com 24 pontos, o Boavista concluiu um trajeto de 11 épocas consecutivas no escalão principal, sendo um dos cinco campeões nacionais da história, face ao título conquistado em 2000/01.