Boaventura prometeu antes dos jogos do Benfica com Rio Ave e Marítimo: notas de 500 euros e salário de 300 mil
O Ministério Público pretende que César Boaventura seja condenado a pagar ao Estado 480 mil euros,
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O empresário César Boaventura é acusado de três crimes de corrupção ativa e um outro de forma tentada em benefício do Benfica. A conclusão é do Ministério Público.
Em causa, indícios recolhidos de que César Boaventura aliciou ou tentou aliciar os jogadores Marcelo, Cássio e Lionn - então atletas do do Rio Ave - e ainda Salin (na altura guarda-redes do Marítimo), para alterar ou falsear o resultado de jogos, com fim a beneficiar o Benfica na época de 2015/16.
O despacho, a que O JOGO teve acesso, recorda que as abordagens aos jogadores tiveram lugar dias antes do Rio Ave-Benfica, disputado a 24 de abril de 2016 (31ª jornada) e Marítimo-Benfica, realizado a 8 de maio e referente à 33ª jornada.
O documento pormenoriza que César Boaventura encontrou-se com Lionn junto à loja da Staples, em Vila do Conde, tendo dito ao jogador do Rio Ave que o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, pagaria 80 mil euros para que visse um amarelo na primeira parte do jogo da 31ª jornada da I Liga de 2015/16. O pagamento seria feito depois do jogo em notas de 500 euros.
Perante a recusa de Lionn, César Boaventura terá então contactado o guarda-redes do Rio Ave, Cássio. A proposta era de 60 mil euros. O guarda-redes também recusou.
Após duas recusas, o empresário desportivo terá contactado Marcelo, a quem pediu que cometesse um penálti. Em troca, seria contratado por um conhecido clube estrangeiro. Marcelo recusou.
O processo repetiu-se mais tarde, mas desta feita César Boaventura contactou Salin, guarda-redes do Marítimo, adversário do Benfica na 33ª jornada de 2115/16. Em contrapartida, prometeu a Salin um salário de 300 mil euros anuais num clube estrangeiro. O atleta recusou.
Na altura destes jogos, o Benfica liderava a classificação, com mais dois pontos do que o Sporting.
O Ministério Público propõe o arresto de 480 mil euros, o arresto de 1 172 milhões de euros e a proibição de exercício da atividade de empresário desportivo num período de três anos.
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