Jorge Pires, que deixou um legado de golos nos algarvios, destaca também a humildade, o desejo de aprender e a qualidade do ponta de lança.
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De ponta de lança para ponta de lança: Jorge Pires, o eterno matador, agora na equipa técnica dos sub-23, não tem dúvidas de que Beto, cobiçado pelos grandes emblemas do futebol português, tem tudo para singrar.
"Já há algum tempo que está a mostrar qualidades. Evoluiu muito, depois de fazer golos e bons jogos na equipa secundária. É fruto do trabalho e da sua determinação. O Beto quer sempre aprender, é muito focado e acho que merece este destaque. Tudo de bom para ele, é o que desejo. A humildade e a qualidade estão lá e tem melhorado a olhos vistos. É rápido, não dá uma bola por perdida, faz golos na área e dá cabo da cabeça a todo e qualquer defesa. Não é nada fácil pará-lo", garante o antigo goleador, que, no Portimonense, em 206 jogos, obteve 62 golos.
O adjunto de Marcelinho Paulista nos sub-23 dos alvinegros tem a certeza de que "vão sair mais craques" da atual fornada que evoluiu na Liga Revelação. "A aposta está a ser ganha. É o trampolim para os altos voos e eles sabem disso. Há muita gente com qualidade para integrar a equipa principal, como o Reko, o caso mais recente, mas também o Estrela e o Relvas. Mesmo sem dizer nomes, temos muitos que podem almejar a um lugar, treinar com os consagrados e mostrar qualidade. Importa ter uma forte mentalidade. Esta escolha funciona tipo funil, ou seja, quem tiver mais qualidade e trabalhar melhor é quem fica".
Pires é visto pelos seus jovens pupilos como um exemplo. "Fazem muitas perguntas e tentam saber mais. Transmito o que adquiri e acho que tenho bagagem para isso. Os avançados são os que pedem mais opiniões, o que é natural: tentam absorver o que eu sei, porque joguei sempre na frente de ataque. Dou conselhos, aqui e ali mais especiais, e acredito que alguns deles vão conseguir marcar bastantes golos", atira o homem que representou o Portimonense durante sete épocas, tendo comemorado duas subidas de divisão.
Da temporada da equipa de Paulo Sérgio, destaca o "trabalho bem feito, com espírito de sacrifício, de um grupo unido e coeso". A sua vasta experiência - qual pedagogo - permite-lhe ainda deixar umas palavras para aqueles que não andam nas bocas do mundo, seja na equipa principal ou nos sub-23. "Vão ter outra oportunidade, senão for aqui é num outro lugar e se calhar já estarão melhor preparados. Que cresçam e vejam as dificuldades. São vistos no Algarve e em todo o lado e isso é bom para eles", remata Pires.