Filipe Martins orientou o médio no Casa Pia e destaca-lhe a humildade e as qualidades defensivas, depois das boas indicações que deixou frente ao Sporting. Médio jogou a titular pela segunda partida consecutiva e demonstrou que pode ser uma solução válida para o meio-campo, que pode sofrer saídas.
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Humilde e trabalhador, quem o conhece garante que o som da voz de Beni Mukendi raramente se ouve. No entanto, nos relvados dá nas vistas, agora com a camisola do V. Guimarães: diante do Sporting, disputou o segundo jogo enquanto titular e foi dos melhores em campo. “Tem uma capacidade física muito acima da média e tem vindo a evoluir. Acredito que ainda vai dar mais grandes passos na carreira. Defensivamente é muito forte e, ofensivamente, tem crescido”, conta a O JOGO Filipe Martins, treinador que orientou o médio no Casa Pia.
Ainda nos gansos, o técnico procurou melhorar “o passe longo” de Beni: “Era um dos aspetos em que ele não arriscava muito. Tentámos fazer com que evoluísse nesse aspeto e acabou por fazer assistências importantes”. Agora num nível mais exigente, Filipe Martins acredita que Mukendi tem em Luís Freire “um bom treinador que o pode ajudar”, até porque o jogador também “gosta de ouvir os conselhos e de trabalhar”. Ainda assim, foi preciso trabalhar um pouco à volta de uma personalidade muito recatada. “Como é muito humilde, chegou envergonhado. Estava a tentar dar passes muito seguros e tentámos motivá-lo, para que se desarmasse da timidez. Não é muito expansivo, não fala muito, mas dá-se muito bem com os colegas e todos gostam muito dele, mesmo que a voz dele não se oiça muitas vezes”, completa o técnico.
Chegado ao Vitória de Guimarães no mercado de inverno, depois de uma passagem pelo Casa Pia — foi o reforço mais caro, no valor de três milhões de euros —, Beni esteve vários jogos no banco de suplentes. Mas, mesmo afastado das opções, Filipe Martins garante que lida muito bem com a pressão. “Estreei-o na I Liga logo na Luz, diante do Benfica. Ele entrou e mudou o jogo. Logo naquele momento, vi que era um jogador que não tem medo de assumir o jogo, nem tem medo de nada”, vincou o técnico, lembrando que o angolano “chegou a uma equipa com um meio-campo de muita qualidade”, pelo que é necessário “tempo para adaptar-se”. “No Casa Pia foi igual. Aos poucos, ele está a ganhar espaço. Se não atingir outros patamares, não é por não saber lidar com a pressão”, rematou Filipe Martins.