Benfica voltou a rematar ao lado no reforço do plantel: só João Mário escapa aos invisíveis
Extrapolando, cada golo de Yaremchuk custou ao Benfica mais de quatro milhões de euros. Meité, Lázaro, Gil Dias, Radonjic e Pinho estão a deixar dirigentes, técnicos e adeptos frustrados.
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Não há como contornar os factos e esta temporada o Benfica voltou a rematar ao lado na política de reforço do plantel.
Utilização dos jogadores contratados esta época é baixíssima
Foram quase 30 milhões gastos em caras novas com vista a aumentar a qualidade do grupo à disposição de Jorge Jesus, mas a verdade é que dos sete contratados (João Mário, Yaremchuk, Meité, Lázaro, Gil Dias, Radonjic e Rodrigo Pinho) apenas um joga com regularidade e acrescenta rendimento à equipa, como provam os números: João Mário.
O médio português tem 20 jogos como titular (81 por cento de utilização), dois golos e três assistências. Os restantes ainda não engrenaram, ficando a sensação de que tal como na temporada anterior a escolha dos jogadores não foi a mais indicada. Yaremchuk, por exemplo, que custou 17 milhões de euros, tem 19 presenças na equipa, 14 na condição de titular (48% de utilização), mas apenas quatro golos, ele que foi adquirido com o intuito de ajudar Darwin, Rafa e companhia a desfazer as defesas adversárias. Extrapolando, poder-se-á dizer que cada golo do internacional ucraniano custou mais de quatro milhões às águias. Reconhecidamente, um dos melhores avançados do seu país e com um registo apreciável no campeonato belga - na última época, por exemplo, em 43 jogos pelo Gent, marcou 23 golos e fez oito assistências - está longe de satisfazer as exigências do Benfica. O tempo ainda pode alterar estes valores, mas a verdade é que o rendimento de Yaremchuk está muito aquém do desejado pela SAD, corpo técnico, colegas de equipa e adeptos. Piores são os casos de Meité, Lázaro Gil Dias, Radonjic e Rodrigo Pinho.
Mesmo tendo em consideração, na taxa de utilização, os jogos em que estiveram indisponíveis, o registo destes reforços é preocupante para os encarnados. Meité, o tal que Jesus acreditava poder fazer a diferença no miolo com a sua força, tem uma utilização muito reduzida. Participou em 11 partidas, sete como titular. Ainda não houve retorno desportivo do investimento (seis milhões de euros) feito no médio.
Lázaro também não consegue sair da sombra e nem a presença no onze inicial no último dérbi lhe dá garantias que a situação mude nos tempos mais próximos. O rendimento do internacional austríaco, que já passou pelo Hertha, Inter, Newcastle, Borússia M"gladbach, está patente nos 26 por cento de utilização (10 jogos, quatro como titular).
A lista não se esgota aqui. Lesões à parte, período não contemplado nesta análise, Gil Dias e Radonjic estão muito perto um do outro no números de presenças na equipa em jogos oficiais. O português, que no início da época até surgiu em algumas ocasiões dando a sensação de que a qualquer momento iria despontar, abrandou o ritmo e não passou dos oito jogos, com uma percentagem de utilização de 17%. Não marcou golos, mas fez uma assistência. O sérvio emprestado pelo Marselha esteve em seis partidas, três como titular e apontou um golo. Mais tolerante é a situação de Rodrigo Pinho, jogador que deixou o Marítimo a custo zero. O avançado teve uma curtíssima presença na equipa da Luz (três jogos, um no onze inicial) apontou um golo e lesionou-se com gravidade.