Benfica tenta evitar novo regresso com o pé esquerdo: "Os jogadores vão reagir bem"
Schmidt voltou a dar férias ao grupo. Nas duas fases anteriores o regresso foi negativo.
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Com o Benfica confortável na frente do campeonato, Roger Schmidt decidiu dar descanso extra ao grupo de trabalho que lidera.
Depois de ter enfrentado no passado sábado o Vitória de Guimarães (5-1), o plantel encarnado tem agora regresso ao Benfica Campus, no Seixal, agendado apenas para dia 25, no próximo sábado.
Este é o terceiro período longo de descanso concedido em 2022/23 por Roger Schmidt, depois das pausas no final de setembro (cinco dias), fruto de uma interrupção para os compromissos das seleções, e já entre final de novembro e início de dezembro (dez dias), devido ao Mundial"2022.
Agora, e escudado por uma vantagem de dez pontos para o FC Porto, o Benfica tenta evitar o regresso com o pé esquerdo que sucedeu em ambas as paragens anteriores. Empatou com V. Guimarães (foi o primeiro jogo em que perdeu pontos na Liga) e PSG no início de outubro e empatou com Moreirense e perdeu com o Braga (primeiro desaire no campeonato) em dezembro. A O JOGO, o preparador-físico Fidalgo Antunes defende que não se pode fazer uma ligação direta entre a pausa e os resultados, pois sublinha que "há muitos fatores a pesarem". "É mais uma situação para justificar um mau resultado, mas tudo depende também de como os jogos correm. Se começam a correr bem tudo pode tornar-se fácil, se corre mal pode ser mais um fator a pesar", afirma. Já o técnico Daniel Ramos, frisando que "internamente é possível fazer outra análise", admite uma outra visão em relação às pausas do passado: "Falo pela minha experiência, em fases anteriores, com menos tempo de época, não defendo paragens tão grandes."
Fidalgo Antunes admite que neste momento "pode haver uma situação de risco de perda de pontos no primeiro jogo", mas sublinha que "pode haver ganhos a longo prazo". "O Benfica tem dez pontos de vantagem e pode ter um desaire, tem margem para perder pontos. E depois dos piores resultados nos momentos anteriores voltou a ganhar jogos."
Paragem como "prémio para a equipa"
Apesar dos resultados negativos nas paragens mais prolongadas anteriores, face ao aproximar do final da temporada, Daniel Ramos e Fidalgo Antunes aprovam a semana de folga. O técnico sublinha mesmo que "há mais benefícios do que prejuízos". Daniel Ramos considera mesmo que esta é uma medida "positiva" para o grupo. "Pela minha experiência, não se perde nada em termos de forma física ter estes dias de folga. É um prémio para a equipa, utilizado pelo treinador para motivar os jogadores", declara.
"Neste momento da época, o desgaste é enorme para todos. Uma paragem de seis, sete dias pode parecer excessiva e estranha, mas a época já vai longa. Permite aos jogadores saírem de um contexto exigente e gozarem uns dias de folga de forma diferente e voltarem com energias recarregadas", afirma Daniel Ramos, enquanto Fidalgo Antunes defende que a opção do técnico alemão é, "metodologicamente e fisiologicamente, certa". "Há sempre uma incógnita em relação aos regressos porque há muitos fatores importantes também, mas a pausa é benéfica metodologicamente", afirma, explicando: "Os jogadores vêm de muitos jogos, de presenças nas seleções, de Liga dos Campeões, e com grande desgaste. Os estudos mostram que é acertado dar uma semana de folga."
Figaldo Antunes sublinha que este descanso "é mais importante a nível psicológico do que físico" e, baseado nos trabalhos académicos sobre a matéria, acredita que "os jogadores vão reagir bem". E afirma que estes dias "não prejudicam fisicamente". "Se fosse uma paragem de 15 dias seria diferente. Aqui é também uma questão de programar bem o regresso. Não se pode dar fortes cargas no primeiro treino, vai-se aumentando gradualmente e os jogadores estarão preparados para o primeiro desafio após a pausa", explica.
Sobre o comportamento dos atletas, ambos destacam a "boa reação" às pausas. "Os jogadores ganham emocionalmente e são responsabilizados", diz Daniel Ramos, enquanto Fidalgo Antunes frisa: "Habitualmente, os jogadores voltam sem relaxamento e com vontade de trabalhar."