Média de golos sofridos caiu de forma expressiva entre a última época e a atual. E procurar uma estrutura mais coesa obriga a recuar até 2014/15.
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O Benfica está a poucas horas de revisitar Braga e de voltar a enfrentar o adversário que inscreveu no currículo da temporada a primeira derrota das águias.
Então foi para o campeonato, amanhã decidirá quem passa às meias-finais da Taça de Portugal.
Porém, o exame é o mesmo, embora agora os encarnados apresentem uma consistência defensiva superior, ao ponto de, depois da goleada ante os guerreiros (3-0), Vlachodimos se apresentar quase como um espectador, "sentado" em cima de um muro que se tem revelado (quase) de betão.
De facto, se até ao desaire em Braga o Benfica apresentava uma média de golos sofridos de 0,79 por jogo, depois de enfrentarem o trauma minhoto, as águias concederam apenas dois golos (na receção ao Sporting) em sete partidas, numa média, neste período, de escassos 0,28 golos encaixados por encontro. No total da época até agora, a média é agora de 0,69, um valor que supera largamente aquele que se registou em 2021/22, que excedia o golo por jogo (1,07). Aliás, encontrar um bloco defensivo mais seguro obriga a recuar no tempo até ao primeiro consolado de Jorge Jesus, treinador que ergueu uma defesa capaz de sofrer apenas 0,57 golos por partida em 2014/15 e 0,61 na anterior.
Olhando a todo o milénio, os números atuais averbados pela equipa de Roger Schmidt só foram mesmo superados pelas duas referidas temporadas (ver infografia em cima) sob o comando de Jorge Jesus. Ainda assim, e olhando para a casa dos rivais, convém referir que é o FC Porto quem menos golos concede (0,57), com Sporting (1) e Braga (1,09) a apresentarem números muito mais negativos que os encarnados.
Embora tenha maior expressão nos jogos que se seguiram à queda em Braga, a verdade dos números mostra que o Benfica está, esta época, com uma estrutura defensiva muito mais sólida. Internamente, esta mudança é justificada pela nova maneira de jogar da equipa, com maior pressão em zona adiantada do terreno, tentando roubar a bola mais perto da baliza adversária e, dessa forma, atenuar a pressão sobre a defesa benfiquista. Isso nota-se, sobretudo, olhando ao volume de remates consentidos, com uma média atual de 7,31 por partida, contra os 10,81 da temporada passada.
Sequência sem sofrer já vai em quatro jogos
Novamente com a derrota em Braga como ponto de partida, o Benfica está há quatro jogos seguidos sem sofrer golos, tendo igualado a sua melhor sequência alcançada no arranque da época, pelo que poderá estabelecer um novo máximo caso Vlachodimos não encaixe qualquer tento no jogo de amanhã. De referir que basta recuar até 2020/21 para encontrar uma série mais longa, quando Jorge Jesus conduziu a sua armada a um ciclo sem sofrer de sete encontros.