Benfica sem razões para festejar em dia de aniversário: um ciclo negro na era Vieira
Benfica chega ao 117.º aniversário com o pior registo: afastado de quatro provas, está longe na Liga e só espreita a Taça.
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O Benfica celebra este domingo o seu 117.º aniversário, numa festa comedida pela pandemia e pelos fracos resultados desportivos.
Para assinalar o dia, Luís Filipe Vieira vai dar uma entrevista ao canal do clube, onde terá a possibilidade de abordar o facto de a equipa ter chegado a esta fase afastada de quatro das seis competições que disputou (acesso à Liga dos Campeões, eliminação da Liga Europa e da Taça da Liga e derrota na Supertaça) e com a conquista da Liga, ainda que matematicamente em aberto, muito complicada, fruto do quarto posto e dos 16 pontos (à condição, após o clássico de ontem) de atraso para o líder Sporting - está bem encaminhada para chegar à final da Taça de Portugal -, naquele que é o registo mais pobre no final de fevereiro na era Vieira.
Perto da atual distância só mesmo os 14 pontos na primeira temporada de Vieira enquanto presidente dos encarnados, em 2003/04, quando o Benfica celebrou o seu aniversário também com poucas razões para festejos. À época, com José Antonio Camacho ao comando e ainda sem a existência da Taça da Liga e sem lugar na Supertaça, o Benfica apresentava-se com a possibilidade de vencer a então Taça UEFA, onde estava na 3.ª ronda - viria a cair na seguinte, diante do Inter -, e a Taça de Portugal, onde garantira lugar na semi-final. Mais tarde, aliás, as águias levantariam esse troféu, o único da temporada, ao baterem o FC Porto na final.
Na Liga, a equipa da Luz até recuperou parte do atraso para os dragões, mas estes seriam campeões com seis de avanço. Ainda na liga, o terceiro maior atraso registou-se em 2007/08 (12 pontos), mas na altura o Benfica estava também nas meias-finais da Taça e ainda nos oitavos da Liga Europa, fase na qual caiu.
Nos restantes anos, além de menor diferença para o topo do campeonato, houve tempos em que até já havia troféus conquistados. Agora, caso o Benfica não consiga chegar à final ou, depois, vencer a prova-rainha, 2020/21 marcará a presidência de Luís Filipe Vieira, até face ao elevado investimento realizado. Na gestão do atual presidente só houve três temporadas sem ganhar quaisquer provas no futebol profissional: em 2012/13 (com Jorge Jesus), 2007/08 (Fernando Santos e José Antonio Camacho) e 2006/07 (Fernando Santos).
Bruno Lage estava melhor na temporada passada
Em comparação com 2019/20, com responsabilidade então apenas de Bruno Lage, o Benfica estava em melhor situação do que a atual. Já com um título (5-0 ao Sporting na Supertaça), a equipa da Luz garantira lugar na final da Taça, que viria a perder para os dragões - na Taça da Liga não passou da fase de grupos e na Liga Europa, após estar na Champions, caiu também nos 16 avos - e ainda era líder no campeonato, com mais um ponto do que o FC Porto. Porém, veria depois os portistas chegarem à vitória após recuperação de sete pontos. O segundo lugar valeu a possibilidade a Jesus de disputar o acesso à Champions, perdido para o PAOK.