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Álvaro Isidoro / Global Imagens
Caso permaneça na Luz, uma vez que não está excluída nesta fase a sua transferência, o médio será orientado para jogar mais para a frente, como revela a O JOGO Rui Mota, antigo adjunto do técnico. Treinador alemão pretende dar novas capacidades ao camisola 28 para encaixá-lo na sua estratégia para o sistema de jogo das águias. Ideia passa por dar-lhe "mais vertigem e risco"
Julian Weigl poderá ter de ser "reformatado" na sua forma de jogar e, até, no posicionamento em campo para poder encaixar, de forma plena, nas pretensões de Roger Schmidt para a função de médio-defensivo. Mesmo sem que esteja fora da mesa uma eventual negociação do camisola 28 encarnado, desde que a mesma garanta ao Benfica um encaixe compatível com os 20 milhões de euros pagos em 2019/20 ao Dortmund, Weigl pode ter um segundo fôlego com o novo treinador.
As características apresentadas no Benfica têm revelado um médio muito mais defensivo do que Schmidt quer ver no seu onze base: o treinador alemão espera que o atleta naquela posição à frente dos centrais também assuma um papel mais relevante na construção de jogo, principalmente na tarefa de colocar a bola mais longa e queimando linhas no meio-campo ofensivo. Ora, e pelo que no passado já demonstrou no Dortmund, Weigl poderá fazê-lo também na Luz mas, para tal, será necessário um trabalho de sapa que o novo treinador das águias pondera executar se o Benfica não se vir seduzido por uma oferta irresistível. Um trabalho que Schmidt já conseguiu fazer no passado, como conta a O JOGO Rui Mota, seu adjunto na passagem pela China.
"No Beijing Guoan tínhamos um jogador parecido com ele, o Piao Cheng, mais defensivo, que também não era muito de progressão com bola e o Roger transformou-o mais num 8. Ele era mais defensivo e tinha mais dificuldades na construção, precisava de mais poderio ao nível atlético e no jogo aéreo. Neste caso a ideia será pô-lo [a Weigl] um bocado mais à frente em termos de construção e na ligação com a equipa. Passará por dar-lhe mais vertigem e mais risco, uma vez que Weigl tendencialmente aposta no passe mais curto e lateralizado", aponta Rui Mota, frisando que "a transformação poderá tornar Weigl mais forte na primeira fase de construção e com mais qualidade no passe longo".
Na sua análise, o ex-adjuntto de Roger Schmidt explica que "Weigl é um jogador de processos simples, mas a sua transformação passa por ter mais capacidade com bola, no aspeto ofensivo". "A ideia será ele fazer mais passes longos e entre linhas, sendo que a progressão é onde Weigl tem mais dificuldades", justificou. Certo é que o internacional alemão "é um 6 que joga até como central, mas que precisa de ter mais características de 8 para encaixar no que Roger Schmidt pretende". Sobre o seu papel no esquema do novo treinador, Rui Mota vê Weigl a poder "jogar num duplo pivô".
"Dependerá sempre da complementaridade das características dos jogadores ao seu lado, isso é fundamental. Schmidt estará já a analisar o seu meio-campo e Weigl poderá ser aposta nessa adaptação, seja com um colega ou com dois, aí num meio-campo a três", analisou ainda Rui Mota.
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Concretização vai desde uma conversa aos exercícios
Rui Mota detalha a O JOGO os passes seguidos por Roger Schmidt no plano de reformatação de um futebolista. "Se o treinador entende que o jogador tem potencial para fazer essa adaptação/transformação, então tudo começa por uma conversa com o jogador para perceber se ele está disposto a passar por esse processo, o que é também importante", frisa, acrescentando: "Depois, pode exemplificar as suas ideias com casos de jogadores que cumpram o que o treinador pretende. Além disso, haverá ainda exercícios específicos e ainda a possibilidade de visualização de vídeos para uma melhor perceção."
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