Rui Vitória deixou fasquia nos 88 pontos e Sérgio Conceição esticou-a até aos 91. A média atual aponta a um novo máximo. Basta aos encarnados a repetição dos resultados averbados na primeira volta, em que perderam apenas sete pontos, para fazerem a festa da conquista do título. Mas o calendário ainda vai apertar.
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A paragem dos campeonatos para a realização de compromissos de seleções abriu espaço a uma análise mais pormenorizada do que falta jogar na Liga, prova que o Benfica lidera com um conforto pontual que lhe permite ter em alta a expectativa de conquista do título de campeão. Aliás, a caminhada atual, e salvo percalços que compliquem os planos teóricos, até permite pensar que a campanha em curso dos encarnados possa terminar com novos máximos nacionais.
Antes de atacar um novo recorde de pontos, o Benfica conduzido por Roger Schmidt estará concentrado em deitar a mão, assim que possível, ao ceptro, numa corrida que lidera com dez pontos de avanço para o ainda campeão FC Porto (e mais dois para o Braga). Olhando para o que foi feito durante toda a primeira volta, aos encarnados bastará, pelo menos, repetir essa caminhada para não deixar escapar o maior objetivo da época.
Até à viragem da competição, e numa altura em que a almofada pontual tinha apenas quatro pontos, as águias registaram apenas uma derrota (em Braga) e dois empates (em Guimarães e na receção ao Sporting), o que significa um desperdício de sete pontos. Repetir esse desempenho será suficiente para o sucesso, tendo ainda mais uma margem de dois ou três pontos (dependente do resultado com o FC Porto) para gerir.
A leitura dos números aponta para esta conclusão, mas há adversários pelo caminho e o calendário das águias vai apertar, com mais jogos fora (Rio Ave, Chaves, Gil Vicente, Portimonense e... Sporting) do que em casa (FC Porto, Estoril, Braga e Santa Clara). Ou seja, haverá embates com dragões e bracarenses, os competidores mais próximos, na Luz e ainda uma visita a Alvalade. Além destes, nesta fase, açorianos, gilistas e algarvios estão na luta pela permanência, o que cria obstáculos extra.
De qualquer forma, e dando um passo atrás, a dezena de pontos de vantagem poderá dar tranquilidade e fazer a equipa encarnada embalar para uma ponta final que lhe permita atacar o título e um novo máximo pontual. Numa análise "interna", e desde que as vitórias valem três pontos, instituído em 1995/96, foi sob o comando de Rui Vitória, em 2015/16, que o Benfica colocou a fasquia no nível máximo, com 88 pontos. Curiosamente, na mesma temporada e apesar de ter ficado em segundo, o Sporting de Jorge Jesus somou 86, igualando o seu próprio recorde. Falta nesta contabilidade o atual campeão nacional, cujo melhor registo foi estabelecido na última época, sob o comando de Sérgio Conceição, com 91.
Os atuais 68 em 25 jogos equivalem a uma média pontual de 2,72, um valor ligeiramente superior à de 2,59 no tal registo de Vitória e nos 2,68 dos portistas comandados por Conceição. Significa isto que para superar este último, e com 27 pontos ainda em jogo, Roger Schmidt tem de conduzir a sua equipa a mais oito triunfos, podendo conceder um desaire, permitindo-lhe amealhar 92.
Melhor desempenho das águias na Champions
De referir que os encarnados já conquistaram esta época um feito pontual, mas na Liga dos Campeões, ao fechar a fase de grupos com 14 pontos (quatro vitórias e dois empates), algo nunca visto no passado benfiquista, superando os 12 alcançados em 2011/12 sob o comando de Jorge Jesus. Porém, ficaram a dois pontos do recorde nacional, do FC Porto (1996/97 e 2018/19).