Técnico alemão ainda não ganhou nenhuma competição na Luz, mas vai atingindo números inéditos.
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O triunfo no Dragão confirmou um Benfica de exceção, ou, pelo menos, um Benfica pouco visto nos últimos anos. Os dados estatísticos colocam as águias num patamar elevado a nível nacional e europeu, batendo-se de igual para igual com os colossos do velho continente.
Foi o 19.º jogo dos encarnados sem perder. Somaram o nono triunfo no campeonato, onde só têm um empate. É o único líder das principais ligas europeias sem qualquer golo sofrido fora no campeonato.
Roger Schmidt deu outra alma à equipa e tem superado testes difíceis, como a deslocação ao estádio do FC Porto, campeão nacional, na última sexta-feira. Terá sido este o exame mais complicado que teve na Liga Bwin, onde o Benfica soma nove triunfos e um empate, este diante do Vitória de Guimarães, numa partida em que Roger Schmidt assumiu que o Benfica ganhara um ponto, dadas as dificuldades que encontrou durante os 90 minutos.
Mas olhando para o crescimento dos lisboetas, o clássico foi 19.º jogo da era Schmidt sem perder. Esta é a sétima vez que os encarnados chegam aos primeiros 19 jogos da temporada sem derrotas - a última vez foi na época 2011/12, sob o comando técnico de Jorge Jesus. Entre os líderes dos principais campeonatos europeus, são os únicos que ainda não sofreram golos fora para o campeonato (tem seis marcados em cinco jogos, com quatro vitórias e um empate).
O Paris Saint-Germain, curiosamente adversário dos encarnados na Champions, é quem mais se aproxima deste número, com apenas um golo sofrido fora na Ligue 1.
Em 117 partidas disputadas na casa do campeão nacional, os encarnados conquistaram apenas 18 triunfos - 15 na Liga. O último tinha sido em 2018/19
A onda positiva das águias não se esgota aqui: para os benfiquistas é inédito terem uma vantagem de seis pontos sobre o segundo à 10.ª jornada, desde que a vitória vale três pontos. O máximo que tinham conseguido fora os cinco pontos de 2016/17, quando Rui Vitória orientava a equipa.
Voltando ao clássico, o triunfo permitiu evitar um recorde negativo. O Benfica perdera os últimos nove jogos contra o FC Porto e caso tivesse escorregado no Dragão, isso constituiria novo recorde... neste caso negativo - nos principais clássicos das melhores ligas da Europa ninguém chegou recentemente a uma série de dez jogos seguidos sem ganhar ao rival.
Para se perceber o caráter quase histórico do triunfo de sexta-feira, ou até mesmo a comemoração feita pelas águias no balneário após o desafio, com Rui Costa a cantar alto e bom som o hino do clube com os jogadores, é preciso ver que nos 117 jogos disputados em casa do FC Porto, em todas as competições, o Benfica soma apenas 18 triunfos, 15 dos quais para o campeonato. Ora, o último tinha sido em 2018/19, sob o comando técnico de Bruno Lage. O Benfica ganhou no Dragão por 2-1, com golos de João Félix e Rafa, passando a liderar a prova. E no final da temporada, os encarnados festejaram o título de campeões nacionais.
Treinador levou a equipa a algo inédito: vantagem de seis pontos à 10.ª jornada, desde que o triunfo vale três, é inédita
No final da partida, durante a conferência de Imprensa, Roger Schmidt disse que não era "fácil ganhar" no Dragão.
Tem razão o treinador encarnado. Mas se há quem consiga ultrapassar essa barreira são os treinadores estrangeiros. E essa era uma pressão extra nos ombros do técnico alemão. É que foram vários treinadores vindos de outros países a triunfar na casa do FC Porto, com destaque para János Bira, o estreante, na temporada 1942/43 e 1945/46 - o único a ganhar duas vezes. Fernando Riera, Sven-Goran Eriksson, John Mortimore, Koeman, entre outros, ganharam uma vez aos azuis e brancos no Porto.
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