No clássico, o Benfica foi mais agressivo do que na Supertaça, sendo melhor nos duelos defensivos, ofensivos e aéreos.
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A cara que o Benfica apresentou no Estádio do Dragão na sexta-feira à noite foi bem diferente daquela que teve quando, a 23 de dezembro passado, perdeu por 2-0 a Supertaça para o rival. Desta vez, os encarnados revelaram uma agressividade maior, tanto no plano defensivo como ofensivo, e foi por aí que a equipa de Jorge Jesus saiu do Porto com um empate.
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É em praticamente todos os aspetos deste clássico que o Benfica se superou em comparação com a Supertaça no Municipal de Aveiro e, ao mesmo tempo, foi melhor em quase toda a linha na comparação com o FC Porto de sexta-feira. Começando pelas tarefas defensivas, é notório ter havido um Benfica de garras de fora e a imprimir maior agressividade: mais duelos ganhos do que na Supertaça (69,4 por cento para 59,7% desse embate), mais duelos aéreos vencidos (56,9 % para 44,6%) e mais faltas cometidas (26 em vez de 17, um recorde das águias nesta Liga). Já os anfitriões na noite de sexta-feira só ganharam 48,5% de duelos defensivos, 36,9% dos aéreos e cometeram 18 faltas, valores que também expressam quebra em relação à Supertaça. Com apenas uma mudança na linha mais recuada, Nuno Tavares por Grimaldo, que ajudaria no entanto no apoio ao lateral esquerdo numa posição mais avançada, o Benfica também se superou no que respeita à média da equipa em todas as provas nacionais desta época nos vários aspetos atrás referidos.
Nas ações atacantes, os encarnados conseguiram impor-se em mais de metade das disputas de bola que tiveram, batendo ainda os dragões na qualidade de passe: 83,2% contra 77%
Se esta melhoria de desempenho dos encarnados nas tarefas defensivas e de recuperação da posse de bola - as águias conseguiram 57 por cento da mesma - contribuiu para parte do sucesso coletivo, a outra parte, a atacante, também pesou. Nos duelos ofensivos, os encarnados impuseram-se em mais de metade das disputas, 51,5% contra os 33,7% na Supertaça e, ao mesmo tempo, em relação aos 30,6% dos portistas neste clássico quando, em Aveiro, até tinham vencido 40,3% dos mesmos. Aliás, em jogos de Liga, este é aquele onde as águias mais eficácia tiveram nestes duelos atacantes. Mas não só. Embora tendo apenas feito um golo, 44, 4 por cento dos remates do Benfica seguiram na direção das redes defendidas por Marchesín, algo bem diferente dos 28,6 por cento vistos no anterior clássico. Já do lado dos dragões, 40 por cento dos tiros foram na direção da baliza de Vlachodimos: nas contas gerais, as águias conseguiram nove finalizações e os nortenhos dez, o que também dá mais eficácia aos visitantes.
Outro ponto relevante foi o aproveitamento dos passes, onde o Benfica também foi melhor anteontem do que fora na Supertaça e do que foi o FC Porto: nesta partida os jogadores encarnados foram mais eficazes (83,2% para 77) e, em particular, no passe para o terço final (83,6% para 61,1).
Equipa encarnada multiplica por seis os cruzamentos
Num jogo onde os encarnados contaram com Darwin e Seferovic para dar maior presença na área contrária, os cruzamentos foram uma das armas a que a equipa recorreu e onde se impôs. Assim, nos cruzamentos para a área, o Benfica teve mais sucesso do que o rival tanto na quantidade, 25 ao longo deste jogo contra os seis dos portistas, como na própria eficácia da chegada dos mesmos aos alvos: 44 por cento destes passes (11) encontraram colegas. Já pelo FC Porto, apenas dois cruzamentos tiveram sequência, ou seja, 33,3%. Refira-se que, na Supertaça, as águias cruzaram quatro vezes, nenhum certo. Multiplicaram agora por seis esse registo.