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Carlos Costa/Global Imagens
Ferro, Florentino, Tomás Tavares e Carlos Vinícius, com taxas de utilização baixas em 2020/21, podem iniciar a preparação às ordens de Jorge Jesus. Gedson e Tiago Dantas espreitam vaga
Sem espaço no plantel do Benfica na última temporada, vários foram os jogadores mandados para outras paragens, no arranque da época ou na janela do início do ano. Agora, o balanço mostra uma realidade preocupante para a estrutura do futebol benfiquista, pela ausência de aproveitamento das oportunidades e, sobretudo, pelo facto de nenhum clube ter optado por manter os atletas cedidos pelas águias.
Os números estão a ser analisados pelos responsáveis encarnados e dessa avaliação resultará um plano para futuras cedências mais proveitosas, mas da lista da última época é certo que o tempo de utilização não irá condizer com as escolhas tomadas para o arranque de 2021/22.
Um dos jogadores que mais marcou passo na época agora finda é precisamente um dos que irá reforçar as opções de Jorge Jesus no arranque pós-férias. Florentino passou de forma quase invisível no Mónaco. Dos possíveis 3630 minutos que poderia ter feito nas várias provas, o jovem médio defensivo - que disputou o Europeu de sub-21 - apenas alinhou em 264, ou seja, o equivalente a 7,3 por cento.
Menos, só mesmo o colega Tiago Dantas, que não aproveitou mais do que 1,6 por cento do tempo que poderia pela equipa principal do Bayern. Logo depois no top três dos empréstimos mais mal sucedidos no Benfica, aparece Ferro. O central não conseguiu convencer Jorge Jesus e nem a saída de Rúben Dias para o Manchester City lhe deu mais espaço. A chegada de Lucas Veríssimo em janeiro foi a mola final para Ferro saltar para a lista de emprestados e, no Valência, procurou as oportunidades que não teve na Luz mas só alinhou... 181 minutos.
Outro jogador no qual a SAD ainda deposita grandes esperanças e que também esteve, como Florentino, entre os escolhidos por Rui Jorge na seleção que disputa o Europeu de sub-21, é Gedson. A primeira metade da época, ainda no Tottenham, não estava a correr bem ao jovem de 22 anos mas a ida para o Galatasaray em janeiro deu-lhe mais andamento e o tão necessário tempo de jogo. No emblema turco, jogou quase sempre, mas mesmo recuperando tempo de competição, no acumular da época toda só jogou 31,8 por cento do tempo possível, pouco mais aliás, do que Carlos Vinícius, que começou também a temporada com a camisola dos Spurs.
O avançado até pode beneficiar com a paragem de Darwin e de Rodrigo Pinho, ambos a precisar de recuperar de operações, assim como com o facto de Seferovic (Suíça) estar no Europeu e, por isso, ter de se apresentar mais tarde que os colegas.
Se dos anteriores as únicas dúvidas em relação à pré-época serão Tiago Dantas e Gedson, há mais um nome que pode mostrar-se a Jesus, que é Tomás Tavares. Também ele esteve no Europeu de Sub-21, começou a época quase sem minutos no Alavés (238") e cresceu depois no Farense até aos 1791" e taxa de utilização acima dos 50 por cento.
Curiosamente, são os jogadores que não contam nas opções futuras de Jesus aqueles que mais deram à perna em 2020/21. À casa dos 90 por cento de utilização apenas chegou o defesa-direito Ebuehi que, pelo Twente, fez 2931 minutos. Já nos 80 por cento, aparecem Pedro Pereira (Crotone) e Caio Lucas (Sharjah FC), ficando-se Conti nos 63,5, entre Atlas, do México, e Bahia, do Brasil.
