Ajax é conhecido pela sua escola e aproveitamento, o Benfica também seguia esse caminho, que sofreu um desvio. Gonçalo Ramos deverá ser o único "representante" do Seixal no onze que hoje tentará agarrar o bilhete para os quartos de final da Champions, que dará um encaixe de 10,6 M€ a somar aos 54,7 já angariados.
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É hoje, às 20h00, que o Benfica irá tentar manter-se na ribalta do futebol europeu e garantir a presença entre o restrito lote das oito melhores equipas europeias. O 2-2 da primeira mão deixou as contas em aberto para um segundo jogo em que estará em vista a conquista de milhões, o prestígio de continuar em prova, mas também uma filosofia e um projeto que, para o Ajax, já vem de longe, enquanto para o emblema da águia é um caminho mais recente, mas que teve um desvio nas duas últimas épocas.
Antes de entrar no somatório dos milhões, que muita importância têm para as finanças dos clubes, nomeadamente do Benfica, uma análise ao que têm sido as opções dos treinadores dos lanceiros e das águias, percebe-se claramente a diferença de paradigma.
Olhando ao custo de cada plantel, nota-se um grande equilíbrio, com o do Ajax a ter obrigado a um investimento de 154 milhões de euros (o goleador Haller foi o mais caro, custando 22,5 M€), enquanto o das águias custou 161,4 milhões (Darwin foi adquirido por 25), numa curta diferença de 7,4 milhões de euros.
Porém, esse gasto não afasta, do lado dos neerlandeses, a aposta (real) na formação, ao passo que nos encarnados a opção tem-se revelado residual.
Do lado benfiquista, entre Jorge Jesus e Nélson Veríssimo, apenas três jogadores formados nas escolas do Seixal tiveram o prémio de somar minutos na fase de grupos da Liga dos Campeões. Gonçalo Ramos, que deverá ser o único a ser hoje titular, alinhou em 116 minutos, Diogo Gonçalves em 77 e Paulo Bernardo em 26, o que dá uma média de 3,16 por cento dos 6930 minutos possíveis.
Olhando para as escolhas de Erik ten Hag, foram cinco os elementos formados em casa a ser lançados nesta fase da competição, com Gravenberch (613") a superar Mazraoui (572"), Timber (481"), Rensch (71") e Taylor (38"), não contando neste comparativo com Blind (481") e Klaassen (221"), mais velhos e que já haviam saído do clube.
Contas feitas, os cinco referidos somaram 25,6 por cento dos tais 6930 minutos possíveis.
A fortuna dos "quartos" e todos convocados
Formação à parte e voltando ao jackpot da Champions, o Benfica pode hoje acrescentar mais 10,6 milhões de euros à sua conta bancária, precisamente o bónus pela passagem aos quartos de final. Somado aos 54,7 angariados até aqui (15,64 pela entrada na prova, 21,6 pelo ranking a 10 anos, 7,89 pelo desempenho na fase de grupos e 9,6 pela passagem aos "oitavos"), naquele que já é um recorde do Benfica, o montante poderá ascender, assim, aos 65,3 milhões, sem a variável das receitas referentes aos direitos televisivos).
Distante está o recorde nacional, do FC Porto, de 79,2 milhões, estabelecido em 2018/19, após a presença nos "quartos" da prova.
O Benfica decide hoje se repete a presença nesta fase da prova, onde não chega desde 2015/16, época em que foi afastado pelo Bayern Munique. Para esse objetivo, Nélson Veríssimo conta com as recuperações de Gilberto, Otamendi e Yaremchuk, que falharam o jogo com o Vizela, e de Rafa, que apresentou queixas físicas. O técnico, que chamou os 25 disponíveis (faltam os lesionados Lucas Veríssimo, Rodrigo Pinho e Seferovic), deverá devolver a titularidade aos dois primeiros e ainda a Everton, suplente no último jogo.