No segundo dia de julgamento do processo interposto pelo Benfica contra o FC Porto, o diretor das águias para a área comercial internacional associou a divulgação de emails internos à queda de um negócio na China.
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O diretor do Benfica para a área comercial internacional, Bernardo Carvalho, associou esta sexta-feira em tribunal a divulgação de emails internos do clube ao falhanço de um negócio na China que renderia aos encarnados 85 milhões de euros em 20 anos.
Tratava-se um negócio de licenciamento da marca Benfica e "as coisas falharam" a partir do momento em que os emails foram divulgados, disse Bernardo Carvalho, que falava perante o juiz Paulo Duarte Teixeira, do Tribunal Central Cível do Porto, no segundo dia de julgamento da ação em que o clube lisboeta reclama 17,8 milhões de indemnização a empresas e dirigentes do FC Porto pela divulgação de emails internos benfiquistas.
Também chamado a depor, o presidente da Assembleia Geral benfiquista, Luís Nazaré, destacou o "grande sentimento de devassa" sentido pelos sócios.
No Tribunal de Juízo Central Cível do Porto foram também ouvidos esta sexta-feira António Ferreira, diretor técnico do Benfica, Ricardo Tavares, fisiologista do departamento médico na área de formação, Luís Horta, consultor do Benfica para a área do doping, e Bento Leitão, médio do clube da Liz.
Num julgamento iniciado na quinta-feira, o primeiro testemunho foi o do diretor de comunicação do Benfica, Luís Bernardo, para quem o FC Porto quis associar os encarnados a um "polvo como o Apito Dourado", ao divulgar emails internos do clube lisboeta.
O diretor de comunicação disse que a divulgação dos emails confidenciais, "de forma programada", obedeceu a uma "estratégia de desgaste" do Benfica, apoiada numa divulgação no Porto Canal, "sem contraditório", de e-mails "truncados e descontextualizados".
Também na quinta-feira, o atual treinador do Benfica B, Renato Paiva, disse que a divulgação de alguns emails com "informação privilegiada" sobre aspetos técnicos "fragilizou a coesão do balneário".
Já o diretor comercial e de marketing do Benfica, Miguel Bento, disse, entre outras alusões a prejuízos alegadamente causados ao modelo de negócios pela difusão dos emails confidenciais, que "deixou de ser feito" um negócio "de 500 mil euros, para três ou cinco anos", com empresa de serviços.
O julgamento prossegue nos dias 28 e 29 de março. Na manhã do primeiro destes dias serão ouvidas ainda testemunhas do Benfica, segundo fonte oficial do clube; poderá também ser ouvida a primeira testemunha arrolada pelo FC Porto.