Benfica defronta Chaves após duas derrotas: "Acho que não vai ter qualquer impacto..."
Natural de Setúbal, mas com raízes cabo-verdianas, João Correia, lateral-direito de 26 anos, está a cumprir a quarta temporada consecutiva ao serviço do Chaves, clube pelo qual nutre um enorme carinho.
Corpo do artigo
No sábado, a partir das 18 horas, o conjunto flaviense recebe o líder Benfica, num dos embates mais aguardados da 28.ª jornada da I Liga. Depois da pesada derrota na primeira volta (5-0), João Correia garante que os "valentes transmontanos" estão preparados para deixar outra imagem.
"O Benfica quer dar mais um passo rumo ao título e não creio que as duas derrotas seguidas tenham influência"
O Chaves vai enfrentar um Benfica que vem de duas derrotas seguidas na Luz e que está a meio de uma eliminatória para os quartos-de-final da Liga dos Campeões. Considera que esta conjuntura pode ajudar-vos no jogo de amanhã?
-Não, acho que isso não vai ter qualquer impacto no Benfica, que quer dar mais um passo rumo ao título. Eles têm uma equipa muito forte, possuem imensa qualidade enquanto coletivo e, individualmente, apresentam jogadores que podem fazer a diferença a qualquer instante. No entanto, nós também temos as nossas armas e vamos jogar em casa, perante os nossos adeptos. Acredito que vai ser um bom jogo.
"Na presente época, já vencemos equipas bastante competitivas, como Braga e Sporting"
O Benfica lidera o campeonato e tem o ataque mais concretizador e a defesa menos batida da prova. Por outro lado, esta época, o Chaves já conseguiu vencer o Braga e o Sporting fora de casa. Acredita que, diante dos encarnados, podem voltar a surpreender?
-Temos vindo a trabalhar diferentes aspetos e vamos procurar fazer o nosso jogo. Certamente, o treinador tem uma estratégia bem definida para o encontro e vai passar-nos o plano para que consigamos um resultado positivo. Esta temporada, já conseguimos vencer equipas bastante competitivas e, agora, estamos totalmente focados nesta partida.
"Sabemos que, em caso de vitória, ficamos ainda mais próximos do nosso objetivo, que é assegurar a manutenção"
Nesta altura, o Chaves encontra-se numa posição confortável na tabela classificativa. Tendo em conta que a permanência está praticamente garantida e que acabam por não ter de jogar com essa pressão, como vão encarar o duelo com o Benfica?
-Vamos encarar o jogo da mesma forma que encaramos todos os outros, ou seja, para ganhar. Sabemos que, em caso de vitória, ficamos ainda mais próximos de, matematicamente, assegurar a manutenção, que é o principal objetivo. A partir daí, vamos em buscar do maior número possível de pontos e de conseguir a melhor classificação na tabela.
No mercado de inverno, foi muito cobiçado e até se falou numa possível saída do Chaves. Contudo, teve uma lesão grave e apenas voltou aos relvados há pouco tempo, na receção ao Braga. Como é que foi esse processo?
-O processo de recuperação foi ótimo. As pessoas que trabalham no clube, a equipa técnica e os meus colegas ajudaram-me bastante. Obviamente, custou-me, porque não estava à espera que fosse algo grave. A minha intenção sempre foi ajudar o Chaves a cumprir os objetivos e foi complicado ter de deixar de jogar. Na última janela de transferências, houve algumas abordagens. Porém, eu nem quis preocupar-me com isso. Estava desanimado com a lesão e só pensava em recuperar. Estive cerca de três meses de fora, mas agora sinto-me bastante bem. Tenho treinado no limite para voltar ao onze e competir, novamente, a alto nível.
Contando todas as competições, disputou, até agora, 20 jogos esta época e contribuiu com duas assistências. Como se define enquanto jogador?
-Sou um jogador rápido, forte a apoiar o ataque e que defende bem. No aspeto físico, ainda tenho de melhorar.
"Sonho disputar um Mundial com a seleção de Cabo Verde"
No ano passado, João Correia alcançou as primeiras internacionalizações A por Cabo Verde. "Espero continuar a ser chamado. Fui muito bem recebido. O ambiente de seleção é bastante diferente do de clube e encontro algumas pessoas com quem tenho ligações mais próximas, mas com as quais não consigo estar muitas vezes durante o ano. É sempre um orgulho representarmos o país que amamos. No futebol, eu tenho dois sonhos: jogar na Liga dos Campeões e disputar um Campeonato do Mundo por Cabo Verde", rematou.