Candidato à presidências das águias critica a proposta de Regulamento Eleitoral para as eleições do próximo dia 25 de outubro
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Cristóvão de Carvalho, em carta enviada à Direção do Sport Lisboa e Benfica, com conhecimento do Presidente da Mesa da Assembleia Geral, critica a proposta de Regulamento Eleitoral para as eleições do próximo dia 25 de outubro.
Nesse sentido, discorda da forma como esta proposta opta por criar benfiquistas de primeira, aqueles que vivem nos grandes centros urbanos e próximos de Casas do clube, e benfiquistas de segunda, ou seja, todos os que moram longe das grandes cidades, nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira e fora do país.
Cristóvão Carvalho assume a desilusão com esta proposta, pois a mesma, inclusivamente, acarreta “a violação dos estatutos”, e reforça que “constitui obrigação essencial do Sport Lisboa e Benfica, e de quem assume os respetivos cargos diretivos, com responsabilidade, criar as condições necessárias, suficientes e bastantes, para todos os sócios, encontrando-se onde se encontrarem, poderem participar no ato associativo mais importante para qualquer clube, as eleições para os respetivos órgãos do clube”.
O candidato à presidência do maior clube português – seja em títulos, seja em prestígio ou em dimensão (com mais de 400 mil sócios espalhados por todo o mundo) lembra que, “prevendo os estatutos possibilidade de utilização do voto eletrónico, possibilidade que vem reconhecida na proposta de regulamento apresentada, e não fazendo os estatutos qualquer limitação, nomeadamente geográfica, não poderá, sob pena de violação da norma contida no Art.48º nº2 do Estatutos do Sport Lisboa e Benfica, a Direção restringir a sua aplicação apenas às Regiões Autónomas dos Açores e Madeira e no Estrangeiro, excluindo, desta forma, a possibilidade da sua utilização à maioria dos sócios, afastando-os, necessariamente, da possibilidade de exercício do direito de voto”.
Este é um aspeto grave, que cria entropias em todo o processo, com implicações jurídicas, que cabe às partes mitigar, antes que seja demasiado tarde. Cristóvão Carvalho chama a atenção para tal, ao lembrar que “a restrição e limitação operada no regulamento eleitoral apresentado pela Direcção afronta e contende com tal norma”.
Apesar de tudo, vê com satisfação o “reconhecimento que o voto eletrónico constitui uma das formas de votação previstas nos estatutos, não constituindo a sua escolha regulamentar qualquer violação dos estatutos”, aspeto que tem defendido desde o início de todo o processo, ao contrário do pugnado por outros candidatos, divididos entre a total oposição a este formato por motivos estritamente eleitorais (como é o caso de Noronha Lopes), a ambiguidade de posições (Luís Filipe Vieira) e o silêncio (Rui Costa, que, em boa verdade, está em silêncio sobre qualquer tema em debate).
Cristóvão Carvalho é total defensor dos Estatutos do Clube, sem meias-palavras ou tacticismos. Mas é igualmente fundamental que o voto eletrónico obedeça “aos princípios da transparência perante todos os sócios e candidaturas, respeite as regras de segurança e independência perante qualquer candidatura, mediante o recurso a uma entidade externa independente e credível, pelo que aguardaremos as devidas explicações quanto ao funcionamento do mesmo”.
A terminar, a missiva não deixa de “salientar a ausência de qualquer regra concreta relativa à divulgação das ações de campanha por parte das candidaturas junto dos meios de divulgação do Sport Lisboa e Benfica, com particular importância na concreta definição do número de debates, para o que consideramos essencial a existência de debates diretos e individuais entre candidatos, na BTV”.